Privatização ameaça 115 funcionários dos Correios
Na semana passada, o Governo Federal anunciou a intenção de privatizar os Correios com a entrega de 100% da empresa estatal para as mãos da iniciativa privada, o que deixou 115 carteiros e funcionários administrativos que trabalham em Marília apreensivos.
A informação é do sindicato que representa a categoria, cujos dirigentes locais foram ouvidos pelo Marília Notícia. Em agosto do ano passado, Marília contava com 108 carteiros mais 19 trabalhadores que atuavam no atendimento ao público e serviços administrativos.
Desde então, foi efetivado um Plano de Demissão Voluntária que teve a participação de poucos funcionários marilienses. Os que ficaram, agora enfrentam as muitas incertezas a respeito do futuro.
O relator da comissão especial que discute a venda da estatal, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), propôs manter a estabilidade dos trabalhadores por 18 meses, com vedação à dispensa sem justa causa no período.
Um novo plano de demissões também estaria sendo preparado para depois que o martelo da privatização estiver batido. A princípio, a ideia é pagar uma indenização equivalente a 12 meses de trabalho para quem aceitar sair por livre e espontânea vontade.
Segundo o relator, ainda deve haver a manutenção do plano de saúde pelo período de 12 meses contados da adesão, e a oferta de um programa de requalificação profissional.
Com a venda dos Correios para a iniciativa privada, os trabalhadores deixarão de ser empregados públicos, mas possuem uma série de privilégios que não podem simplesmente ser apagados com a privatização.
“Na verdade, temos mais dúvidas do que certezas e certamente este processo vai ser extremamente prejudicial para os funcionários, inclusive os de Marília”, diz sindicalista ouvido pelo MN.
De acordo com ele, também existem inúmeras incertezas sobre o futuro das agências em cidades pequenas, que acabam fechando financeiramente no vermelho. O caráter monopolista dos Correios ajuda a garantir a universalidade do serviços atualmente.
“Marília e Bauru são das poucas cidades da região em que os Correios têm algum lucro. Em todas as outras, praticamente, existe déficit financeiro. Não sabemos qual será o destino das unidades localizadas em dezenas de municípios, pois a iniciativa privada visa o lucro”, afirma o representante da categoria.
A reportagem procurou os Correios para comentarem o impacto da privatização em Marília, mas não obteve respostas objetivas.