Com alta de até 149%, preços de hortifrútis disparam
As chuvas acima da média em regiões produtoras deixaram o custo da salada do mariliense mais elevado nas duas primeiras semanas de fevereiro. É o que mostra levantamento feito pelo Marília Notícia, com base em dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O tomate italiano, a cenoura e as folhosas, com destaque para a alface, foram algumas das principais vilãs. As mais sensíveis tiveram aumento de preços de até 149%, em menos de 30 dias.
Explicação está no clima. Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo – que abastecem o Sudeste e outras regiões – tiveram a produção afetada, entre o final de janeiro e o início desse mês.
Com 20 anos de experiência, o gerente de varejão Daniel Alves afirma que está acostumado com a época do ano. A cenoura vem da região de Piedade e o preço aumentou. Já a alface, que geralmente tem fornecedores em Marília, teve produção praticamente interrompida.
Para não deixar a tradicional clientela – em um varejão com perfil de conveniência – sem o produto, Alves compra de outros varejistas, incluindo supermercados. O preço, evidente, fica muito acima do que desejaria. “É um esforço que fazemos para não deixar de oferecer o produto”, afirma.
O tradicional monitoramento da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, unidade da Universidade de São Paulo (USP), aponta que – nos últimos dez dias – a caixa de 20 quilos do tomate italiano foi vendida, em média, a R$ 50,89.
O valor é 149,95% maior que nos dez dias anteriores, quando o custo no atacado era de R$ 20,36 pelo mesmo volume do fruto.
Entre as verduras, a alface americana chamou a atenção com aumento de 109,36%, nas duas primeiras semanas de fevereiro, na comparação com a segunda metade de janeiro. O preço da caixa com 18 pés no atacado passou de R$ 24,50 para R$ 42,92.
Quem prefere a variedade lisa, também sentiu aumento, porém menor. A caixa com 24 pés subiu, em média, de R$ 35,10 no final de janeiro para R$ 40,42 no início desse mês, em valores de atacado – alta de 15,15%.
Até a cenoura ficou mais cara. O aumento ao revendedor foi de 57,88%, com a caixa de 20 quilos passando de R$ 55,42 para R$ 87,50 em intervalo de apenas 15 dias, após a chuvarada.
Na cebola (+1,66%) aumento moderado e houve melhora de preços [para o consumidor] em algumas frutas, como mamão formosa (-7%) e banana nanica (-5,4%).
As variações, porém, são nos valores de atacado que – no caso da redução de preço – podem levar mais tempo para chegar ao consumidor.