População se revolta e impede enterro do assassino de Emanuelle
A população de Chavantes (distante 122 quilômetros de Marília) impediu que Aguinaldo Guilherme Assunção, de 49 anos, fosse enterrado no Cemitério Municipal de Irapé, distrito da cidade. Ele é acusado de matar a pequena Emanuelle Pestana de Castro, de oito anos, e cometeu suicídio na madrugada de ontem.
Os moradores se concentraram em frente ao cemitério com cartazes dizendo que não queriam o enterro do criminoso no local. O cemitério foi trancado pela população. O protesto foi pacífico, mas a Polícia Militar chegou a ser acionada.
O corpo de Aguinaldo não foi levado para Chavantes e ele acabou sendo sepultado no Cemitério de Ourinhos.
Aguinaldo morreu no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira Cesar (distante 182 quilômetros de Marília).
Ele havia confessado, durante depoimento à polícia, que matou a menina por vingança contra a família da vítima. Ele morava próximo da casa da garota.
Emanuelle estava desaparecida desde a última sexta-feira (10), quando foi vista brincando em uma praça na cidade de Chavantes.
O corpo dela foi localizado por volta das 23h de segunda-feira (13), em uma área de mata na Fazenda Santana Nova, zona rural do município da região.
A polícia foi até o local indicado por Aguinaldo e após horas de buscas encontrou Emanuelle morta ao lado de um córrego.
Aguinaldo se enforcou com um lençol, segundo informações da polícia.
Em nota a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), informou que por volta das 05h de ontem (15), “ao realizar a contagem de praxe para a passagem do plantão, foi constatado que o preso Aguinaldo Guilherme Assunção realizou um atentado contra sua própria vida utilizando um lençol que lhe foi entregue junto com seus pertences pela Unidade e consequentemente vindo à óbito”.
“A Secretaria ressalta que o detento estava sozinho em sua cela devido a grande repercussão do delito realizado pelo mesmo. Nesta data, a cela permanecerá isolada para a perícia para mais esclarecimentos sobre o caso. A Unidade está entrando em contato com os familiares do preso para avisá-los do óbito e para que tomem as devidas providências”, dizia o comunicado.
13 facadas
Aguinaldo contou à polícia que matou por vingança, já que a mãe dela não deixava a menina brincar com o enteado dele.
O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde um exame de corpo de delito vai esclarecer se houve abuso sexual.
Foram identificadas marcas de faca pelo corpo. A princípio a polícia havia dito que seria uma nas costas e três no peito, porém o laudo apontou que ao todo foram 13 ferimentos, sendo oito nas costas e o restante no peito.
Após levantar imagens de circuito de monitoramento ao redor da praça onde Emanuelle brincava quando desapareceu, a polícia descobriu que Aguinaldo aparecia duas vezes no vídeo. No mesmo dia, ele aparece cada vez com uma roupa diferente.
O homem foi interrogado na segunda e em um primeiro momento negou saber qualquer informação sobre o desaparecimento da menina, porém mais tarde acabou confessando o crime.
Emanuelle foi sepultada sob forte comoção na tarde de terça-feira (14), no Cemitério de Irapé, distrito de Chavantes.