Policial envolvido em polêmica pode ser expulso da PM
O sargento Alan Fabrício Ferreira, envolvido em um polêmico episódio que ficou conhecido como ‘caso da carteirada’, no ano passado em Marília, está tendo seus atos apurados pelo Conselho de Disciplina da Polícia Militar e pode, entre outras sanções, ser desligado da instituição.
Através de nota encaminhada a pedido do Marília Notícia, a Polícia Militar afirmou que “recebeu requerimento informando que o sargento PM Alan Fabrício faltou com a verdade em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Marília”.
Segundo a PM, com base nos dados informados, “foi instaurado Inquérito Policial Militar (IPM), o qual apontou indícios de tal prática e, em seu relatório, recomendou a instauração de processo regular, chamado Conselho de Disciplina (CD), em desfavor do sargento”.
“O CD segue rito do direito administrativo que contempla a ampla defesa e contraditório, ou seja, oferecerá toda oportunidade de defesa ao sargento PM Alan”, diz o documento da polícia.
O procedimento, que foi instaurado em 25 de maio, deve ser concluído em 60 dias, e conforme a Polícia Militar, tem o objetivo de apontar se as acusações imputadas são procedentes ou não.
DEFESA
O advogado de defesa do sargento Alan, Marcos Manteiga, gravou um vídeo no qual reclama do fato de que o processo aberto contra a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal, também envolvida no caso, está parado na Corregedoria da PM. Além disso, a comandante foi recentemente para reserva, como mostrou com exclusividade o Marília Notícia.
Segundo o defensor, foi feita uma denúncia e instaurado inquérito para apurar eventual crime de falso testemunho pelo depoimento dado pelo sargento na Câmara Municipal de Marília.
O promotor, de acordo com Manteiga, pediu arquivamento do caso, mas com base na representação, que teria sido feita pelo advogado de Cristal, a PM decidiu instaurar o CD contra o sargento.
RELEMBRE
A polêmica da suposta ‘carteirada’, envolvendo Cristal, a vereadora Professora Daniela (PL) e o sargento Alan Fabrício, aconteceu no ano passado.
Tudo começou quando a vereadora ligou para a comandante da Polícia Militar em Marília, a então tenente-coronel Márcia Cristina Cristal, durante a apreensão do veículo que era conduzido por sua filha, de propriedade da própria parlamentar.
O veículo foi apreendido por Alan, que apontou como causa o vencimento do licenciamento e “pneus carecas”. Um áudio vazado mostrou Cristal ligando para o militar com ameaças e humilhações, para que o veículo não fosse apreendido.
Ao menos até o final do ano passado corria um inquérito sigiloso na PM para apurar a polêmica.
Paralelo a isso, em dezembro de 2020, a Câmara de Marília inocentou Daniela do caso e arquivou o pedido de cassação por quebra de decoro e tráfico de influência por parte da parlamentar, que foi reeleita no último pleito municipal com 1898 votos.