Policiais baleados por empresário seguem afastados das ruas
Os dois policiais militares baleados pelo empresário Francis Vinícius Bez Angonesse, em setembro do ano passado, seguem afastados das ruas. Um deles precisou passar por quatro cirurgias e ainda se recupera em casa. O outro voltou ao trabalho em janeiro deste ano, mas realiza serviços administrativos. O militar segue com uma munição alojada no pé e na perna esquerda.
Segundo apurado pelo Marília Notícia, o cabo M.A.S., de 46 anos, permanece afastado das funções. Vítima de maior gravidade, o policial precisou passar por quatro procedimentos cirúrgicos, e um dos ferimentos segue em fase cicatrização. A recuperação tem sido feita em casa.
Já o sargento PM J.F.S., de 43 anos, voltou ao trabalho no início do ano. O militar permanece com munição alojada no pé e na perna esquerda, e trabalha no setor administrativo da Polícia Militar.
Os dois policiais foram baleados na madrugada do dia 30 de setembro do ano passado, na rua Monteiro Lobato, em atendimento à ocorrência de ameaça e disparo de arma de fogo.
O MN teve acesso exclusivo aos vídeos, um mês após a sentença da Justiça. Na decisão, o Judiciário considera que o empresário não tem condições mentais para controlar os próprios atos, e estava fora de si no momento do crime. O réu foi condenado à internação em uma instituição psiquiátrica.
INIMPUTÁVEL
O Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc) concluiu o laudo psicológico do empresário após pedido do advogado de defesa Ricardo Carrijo Nunes. O exame apontou incapacidade por insanidade mental, o que classifica Angonesse como inimputável.
Francis é atirador esportivo registrado e possuía em casa uma pistola calibre 9mm e outra .380, além de uma espingarda 12, bem como várias munições e apetrechos para a recarga.
CRIME
O crime aconteceu no dia 30 de setembro de 2021. O empresário estaria irritado por uma discussão anterior com o vigilante da rua. Após ingerir bebida alcoólica, ele passou a efetuar disparos de dentro de casa para o alto – inicialmente no jardim de inverno e posteriormente no quintal -, enquanto gritava “hoje eu mato ou eu morro.”
De acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência de disparo e, ao chegar ao endereço, os militares tocaram a campainha.
Neste momento, Angonesse teria ido armado até a garagem, onde falou “se eu for sair daqui, é para matar ou para morrer” e disparou em direção à via pública.
Os policiais teriam tentando fazer Francis se render, mas o empresário abriu o portão, empunhando uma pistola 9mm – equipada com mira laser -, dizendo que mataria a todos, momento em que passou a efetuar disparos. Mesmo abrigados atrás de postes, os militares acabaram alvejados.
Um dos policiais foi atingido por quatro projéteis – coxa esquerda, pé esquerdo, braço esquerdo e costas. O outro por duas vezes – coxa e perna esquerdas. Em apoio, outros policiais revidaram e atingiram o acusado, que acabou contido.