ONG denuncia despejo de esgoto em cachoeiras e cobra medidas das autoridades

As cachoeiras de Marília, antes pontos de lazer e turismo, sofrem com a contaminação decorrente do crescimento urbano e da falta de infraestrutura de saneamento. O problema veio à tona em janeiro, quando a ONG Origem denunciou o despejo de esgoto na Cachoeira 1º de Maio. A situação levou a ações corretivas, mas também destacou a degradação progressiva dos recursos hídricos da cidade.
Desde 2015, a ONG Origem monitora as cachoeiras da região e aponta que o avanço urbano desordenado tem sobrecarregado a rede de esgoto, comprometendo a qualidade da água. O problema foi inicialmente observado por praticantes de rapel, que relataram a degradação ambiental, motivando um levantamento detalhado da ONG.
Cachoeiras como a Bica de Pedra, a Cachoeira Grande e a 1º de Maio são acompanhadas de perto pela entidade. Segundo a ONG, a Bica de Pedra já apresenta altos níveis de poluição, e a Cachoeira 1º de Maio corre risco semelhante. Denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público, mas os trâmites burocráticos dificultam soluções rápidas.
A Cetesb realizou inspeção em 28 de janeiro e constatou que a RIC Ambiental, concessionária de água e esgoto em Marília, concluiu os reparos na rede de drenagem pluvial para conter o despejo irregular de efluentes, atendendo às exigências do órgão ambiental. Novas vistorias serão realizadas para identificar outras fontes de contaminação.
A RIC Ambiental informou que não recebeu notificação oficial sobre novas irregularidades e ressaltou que o problema de despejo irregular de esgoto é anterior à sua gestão. A concessionária destacou que, até setembro de 2024, a fiscalização de projetos de condomínios era responsabilidade da autarquia municipal, e que a solução definitiva depende da implantação de infraestrutura adequada, um processo complexo que demanda tempo.
A ONG Origem defende que a solução do problema passa também por ações estruturais, como a revisão do plano diretor e do uso do solo para conter a expansão urbana desordenada. A entidade identificou ainda cinco bacias com potencial turístico, que poderiam ser recuperadas e transformadas em atrativos econômicos para Marília, promovendo renda e qualidade de vida para a população.
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