Nascimentos caem em Marília e atingem menor número da década

O número de nascimentos em Marília vem apresentando uma queda contínua ao longo da última década, seguindo uma tendência nacional. Dados do Portal da Transparência do Registro Civil mostram que, entre 2015 e 2024, os registros de nascidos vivos caíram de 3.512 para 2.705 – uma redução de 22,98%.
Essa diminuição gradual foi marcada por pequenas oscilações. Em 2016, houve leve recuo de 2,08%, seguido de um discreto aumento de 1,13% em 2017. Já em 2018, o total voltou a cair (1,21%) e, em 2019, manteve-se praticamente estável, com redução de apenas 0,29%.
A partir de 2020, o ritmo de queda se intensificou. Naquele ano, o município contabilizou 3.152 nascimentos, 8% a menos que no ano anterior. Em 2021, a retração foi de 7,3%, com 2.922 registros. Em 2022, houve leve recuperação (2,32%), mas os números voltaram a cair em 2023 (4,61%) e novamente em 2024, que encerrou com o menor total da série histórica: 2.705 nascimentos – queda de 5,15% em relação ao ano anterior.
Até a metade de maio de 2025, foram contabilizados 1.044 nascimentos. No entanto, como o dado ainda é parcial, não é possível fazer uma comparação definitiva com anos anteriores.

Esse cenário local reflete um fenômeno observado em todo o Brasil. Segundo o IBGE, o país registrou 2,52 milhões de nascimentos em 2023, o menor número desde 1976, desconsiderando sub-registros.
A queda é atribuída a múltiplos fatores, como o adiamento da maternidade, o aumento da escolaridade feminina, prioridades profissionais e econômicas, além do maior acesso a métodos contraceptivos. A pandemia também teve papel relevante ao gerar incertezas sanitárias e financeiras.
Assim como no restante do país, Marília enfrenta o impacto de transformações sociais e demográficas profundas, que devem continuar influenciando os índices de natalidade nos próximos anos.