Mulher em situação de rua é encontrada morta após passar por atendimento médico

O drama das pessoas em situação de rua se manifesta de forma trágica. Na tarde de sexta-feira (25), uma mulher foi encontrada morta na calçada da rua Luís Manhães, na Vila Hípica Paulista, zona sul da cidade. Em duas semanas, foi o segundo caso.
A vítima foi identificada como uma mulher de 37 anos, com histórico de atendimento em serviços sociais do município. Ela estava deitada em posição fetal, sob uma pequena cobertura improvisada, em uma tarde chuvosa, sem sinais aparentes de violência.
A morte foi constatada no local por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que acionou a polícia. Conforme registro de ocorrência, ela enfrentava a dura realidade da rua.
A mulher estava com uma pulseira de identificação do Pronto Atendimento (PA) da zona sul, onde havia recebido atendimento dois dias antes, apresentando quadro de desnutrição, má higiene e dores provocadas por um abscesso.
Segundo informações do setor de Assistência Social do serviço de saúde, a mulher também relatou uso recente de crack e havia recusado oferta de encaminhamento para abrigo.
O corpo foi periciado pela Polícia Científica e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde exames devem tentar apontar a causa da morte, classificada inicialmente como “mal súbito, sem causa determinante aparente.”
ALERTA SOCIAL
O caso reforça um cenário preocupante em Marília, onde, nas últimas semanas, mortes de pessoas em situação de rua têm ocorrido com mais frequência.
E os óbitos ocorrem não apenas na região central, onde historicamente se concentravam, mas também em bairros periféricos.
No dia 11 deste mês, por exemplo, um homem de 36 anos foi encontrado morto em um terreno baldio na rua Bento Biancardi, no bairro Santa Paula, também na zona sul.
Os dois casos eram acompanhados por serviços de assistência social, que não têm conseguido alcançar resultados em retirar pessoas das ruas e restaurar condições de vida com dignidade.