MP denuncia padre que atropelou homem em Rio Pardo
O Ministério Público (MP) denunciou o padre Gustavo Trindade dos Santos por tentativa de homicídio, qualificada por recurso que dificultou a defesa da vítima, pelo atropelamento de Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, na noite do dia 7 de maio, no Centro de Santa Cruz do Rio Pardo. A Justiça vai analisar se aceita o oferecimento da denúncia e se encaminha o religioso para o banco dos réus do Tribunal do Júri.
De acordo com a denúncia feita pelo promotor Reinaldo Garcia, o frei Gustavo, integrante da Ordem dos Pregadores, assumiu o risco de matar a vítima. Sua ação provocou os ferimentos de natureza grave descritos no exame de corpo de delito. Ele teria agido mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, não se consumando a morte da vítima por circunstâncias alheias à sua vontade.
“O recurso que dificultou a defesa do ofendido consistiu no fato de ter o denunciado, sem que a vítima pudesse supor ou esperar semelhante atitude, quando se encontrava em fuga, decorrente de anterior subtração verificada, de surpresa, sido repentinamente atingida quando o veículo subiu à calçada para interceptar sua trajetória, atropelando-a, tendo, assim, dificultada sua defesa, utilizando o denunciado veículo como modo específico mais reprovável em sua inicial ação”, afirmou o promotor na denúncia.
CÂMERAS
O caso foi flagrado por uma câmera de segurança. As imagens mostram o momento em que um carro atinge o acusado. Após o atropelamento, o motorista dá marcha à ré, manobra e vai embora.
Novos vídeos mostram que o padre perseguiu o homem por, pelo menos, 1,4 quilômetro.
O carro usado no atropelamento – que pertence à Diocese de Ourinhos – foi encontrado pela polícia e encaminhado à perícia.
A localização do veículo teria sido informada por um dos advogados que representa o frei Gustavo. O automóvel foi recolhido no estacionamento do Colégio Dominicano, que fica nas dependências do Santuário Nossa Senhora de Fátima. O carro apresentava a parte da frente e as laterais danificadas.
A Polícia Civil chegou a pedir, por duas vezes, a prisão do religioso, mas a Justiça negou a decretação de sua prisão preventiva.