Moradores da zona norte sofrem com falta d’água ao lado de poço profundo

O fim de semana mais quente do ano em Marília foi de torneiras vazias e rotinas cheias de improviso para moradores do Jardim Renata, bairro popular localizado em uma das periferias da Zona Norte da cidade.
A situação foi relatada por leitores que recorreram aos contatos e às redes sociais do MN para relatar o problema na manhã desta segunda-feira (25). “Estamos há quatro dias sem água”, contou Luís Carlos Soares.
“A pia está sem lavar louça. Estamos sem condições de tomar banho e fazer as necessidades fisiológicas”, complementou o morador. “Precisamos nos deslocar até o Altos do Palmital (bairro próximo) para poder tomar banho”.
A operadora de máquina, Leila Cristiane Teixeira, diz ter recorrido à fonte de água próxima à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para poder tomar banho e preparar comida. “Não deu para lavar roupa. Tanque está cheio”, contou.
Na loja de Helena Garcia, o pouco de água que chegou nos últimos dias foi preservado na caixa apenas para as necessidades mais emergenciais. “Na sexta-feira passada não tinha nem para tomar banho”, citou.
O bar de Terezinha Lopes de Lima vive uma situação inusitada. “Aqui não tem faltado água, mas em minha casa, só chega à noite”, contou. A residência fica a apenas duzentos metros, nas proximidades do Jardim Renata.
POÇO PROFUNDO
Todos os entrevistados pelo MN têm algo em comum além da convivência com a falta d’água. Todos são avizinhados por um poço profundo, cuja captação abastece muitos bairros da zona Norte da cidade.

Localizado na rua Dante Vrech, o poço profundo tem vazão de 190 metros cúbicos por hora, segundo consta na página sobre o Sistema de Abastecimento de Água de Marília no site do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem).
A água captada ali serve o ‘Reservatório 8’ que, no momento da produção desta reportagem estava com 37% de sua capacidade de armazenamento. Quando o nível está abaixo de 50%, já entra em status de alerta no Daem.
Na manhã desta terça-feira (26), o ‘R8’ já estava com 53% de sua capacidade, com possibilidade de oscilação ao longo do dia. A disponibilidade de água tem baixado a níveis críticos no período da tarde nos últimos dias devido à demanda provocada pelo calor.
Segundo apurou o MN, a água que sai do poço profundo não vai direto para as casas. Antes, precisar receber dióxido de carbônico para controle de pH e cloro para depois ser bombeado aos bairros – é o caso do Jardim Renata.
Procurado, o Daem não havia respondido ao MN até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto e será atualizado caso a autarquia se manifeste sobre a falta d’água para os moradores do Jardim Renata.