Moradores de bairro rural se dizem abandonados pelo poder público
“Esqueceram que nós existimos, mas nós estamos aqui. Sobrevivendo, mas esquecidos pelo poder público”, afirma o motorista Isaías Batista de Oliveira, 57 anos, morador da Fazenda do Estado, bairro rural de Marília formado por mais de 100 lotes e um vilarejo.
A reportagem do Marília Notícia esteve no local nesta sexta-feira (23) e conversou com a população. As principais demandas envolvem saúde e educação de qualidade, asfalto e iluminação.
Diversos pedidos por melhorias e requerimentos de vereadores já foram apresentados ao Executivo municipal com pedidos de investimento. Até agora, no entanto, nada foi feito.
A situação do posto de saúde é bastante simbólica sobre a precariedade dos dispositivos públicos existentes naquela região da zona rural do município. O telefone está quebrado há meses, o que dificulta o agendamento de consultas.
No local em que atendem médico e dentista três vezes por semana não faltam rachaduras por fora e por dentro. Até mofo pode ser encontrado nos espaços de atendimento aos moradores da Fazenda do Estado e bairros como Centro Mesquita e Granja Shintaku.
A dona de casa Natália da Silva, 26 anos, mora nas proximidades e afirma que os funcionários são bons, mas a infraestrutura é precária. “Fica muito difícil trazer as crianças para passar no médico sem telefone para agendar”, reclama.
Outro desafio é enfrentar a estrada de terra que dá acesso até o posto de saúde e a escola em que seus filhos estudam. “Precisava dar manutenção, pois quando chove fica muito ruim a estrada. O ideal mesmo seria asfaltar pelo menos esse trecho”, diz a mulher.
Os diversos problemas sobre educação, que envolvem a escola que atende alunos do 1º ao 5º ano, já foram denunciados pelo MN em abril deste ano. Na ocasião, Estado e município se esquivaram da responsabilidade.
Os alunos mais velhos, que cursam o ensino médio no período noturno, precisam vir até a cidade.
Na hora de voltar, porém, o caminho é ermo e no trecho de aproximadamente 500 metros entre a BR-153 e o vilarejo onde se concentram parte das moradias, há pouca luz artificial.
O lavrador Pedro da Silva, 60 anos, pede que sejam tomadas providencias. “Nós também somos marilienses. Alguém precisa olhar para nós”, afirma o homem do campo.