MN Entrevista: Empresário Dito Freire
O Marília Notícia dá sequência nesta quarta-feira (28) a série de entrevistas semanais com personalidades e lideranças na cidade.
O papo desta vez é com o empresário Benedito Freire, mais conhecido como Dito, do Grupo Comasa e Consórcio Comauto.
Ele recebeu o MN em seu escritório, no piso superior do prédio onde está instalado o Consórcio Comauto, na Avenida Sampaio Vidal, centro de Marília.
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Marília Notícia – Fala Dito, tudo bem? Para começar, queria que você contasse resumidamente sua atuação hoje em Marília para os nossos leitores.
Dito Freire – Tô podendo hein? Haha, vamos lá. Sou Benedito Freire, tenho 54 anos e hoje toco o Consórcio Comauto. Nós atuamos nos segmentos automotivo, com carros e motos, imobiliário, serviços, máquinas e implementos agrícolas em todo o território país. Há 20 anos somos a administradora oficial do Consórcio Nacional Jacto, oferecendo aos agricultores de todo o Brasil, a aquisição de equipamentos da marca, através do sistema de consórcio. O Consórcio Comauto na verdade foi fundado em 1972 pelo meu saudoso pai Seu Antônio Freire. O Grupo Comasa tem mais de 50 anos de existência e conta com 4 concessionárias Volkswagen. Duas na cidade de Marília, uma em Pompéia e uma na cidade de Assis. O nosso consórcio está há mais de 42 anos no mercado e na contramão da crise do país, só cresceu em 2015. O brasileiro está acordando para os benefícios do consórcio. Uma maneira de você guardar o dinheiro é através do consórcio, que é um investimento para o futuro.
MN – Sua vida sempre girou em torno de veículos, mas me responde, qual sua paixão verdadeira? Carro ou moto?
DF – Carro e moto! Não dá pra escolher.. tem momentos. Agora agora te falo que a minha queda é por moto. Fiz uma viagem de moto por vários países da América do Sul, foi incrível. Mas gosto dos dois.
MN – Qual veículo que você teve que mais gostou? Aquele que nunca se esquece? E qual o primeiro carro?
DF – Ah eu gosto de todos, mas meu negócio é carro novo Gabriel. Carro novo. Pessoal gosta de carro antigo e tal, mas eu gosto é do zero! Aquele que você sente até o cheirinho. Meu primeiro carro? Ah meu primeiro carro foi um popular usado e em 500 vezes ainda (diz rindo), nem lembro. Meu pai não dava mole pra gente não. Passei por todos os processos de uma concessionária. Mecânico, auxiliar de contas, limpeza.. fiz tudo. Ele nunca deu nada de mão beijada pra gente e acho isso bom. Tem que lutar pra conseguir o que quer.
MN – Dito, você é conhecido por patrocinar muita coisa em Marília. Você parece acreditar mesmo que a propaganda é a alma do negócio. Mas nisso entra também o fato de você acreditar no potencial da cidade?
DF – Com certeza! Marília é uma terra maravilhosa, tem muita gente boa por aqui. Tem indústria pra caramba, um bom comércio, povo trabalhador. Eu acredito muito no que é feito aqui. Aliás existem várias grandes empresas que tem Marília como berço. A gente do grupo acredita tanto que fizemos muitos empreendimentos onde hoje é a região do Nova Marília, na zona sul. Construímos muitas casas lá. Hoje tem o ‘Minha Casa, Minha Vida’ , mas na época não. Nós sempre acreditamos no potencial da cidade se desenvolver, de crescer. Essas construções deram super certo e é um orgulho pra todos os envolvidos.
MN – Tem algum lugar preferido aqui em Marília? Um local, uma paisagem que gosta?
DF – Olha eu lembro que na infância eu ia para o que hoje chamam de Vale dos Dinossauros. Não tinha nada praquele lado e a gente se divertia. Acho um lugar muito bonito. Outro que me chama a atenção é a zona sul, a parte que ainda não virou cidade propriamente dita. É um lugar bucólico, calmo, onde a natureza ainda prevalece e eu admiro bastante.
MN – Como empresário bem sucedido, como você avalia a situação do país hoje?
DF – Em partes com preocupação. O que o governo do PT vem fazendo não é certo. A gente vive uma crise grande, mas não adianta ficar reclamando. Tem que trabalhar e aos poucos a situação melhora. Um caso claro é do meu ramo, o ramo dos consórcios. Muita gente diminuiu no mercado e os consórcios foram na contramão. As vendas totais de novas cotas do Sistema de Consórcios cresceram quase 7% se não me engano. Consórcios trazem benefícios à economia e às pessoas. É um investimento certo e o pessoal percebe isso. É um bem que você adquire aos poucos e com segurança. Voltando a questão, estamos sim na crise, mas com trabalho e se educando financeiramente, vamos sair dela.
MN – Em uma visão mais próxima, como vê a atual administração em Marília?
DF – Olha, eu acredito bastante no prefeito Vinicius Camarinha. Ele tem recebido muitas críticas pela cidade mas eu acho que ele está arrumando a casa, como se diz né? Nem tudo está perfeito, mas é complicado também porque ele pegou uma situação financeira horrível na Prefeitura e aos poucos vai fazendo o possível. As administrações anteriores praticamente quebraram a cidade no meu modo de ver. Se ele for eleito neste segundo mandato, que as eleições são ano que vem já, acho que terá mais condições de fazer um ótimo governo na soma. E digo mais, se realmente for um governo bom aqui em Marília, ele pode pensar no governo do Estado.
MN – Ah é? Você vê o Vinicius governador um dia?
DF – Por que não? Seria ótimo para Marília. Lógico que isso depende dele. Ele precisa provar primeiro para nós marilienses que é capaz disso. O partido e ele próprio tem uma boa relação com o governador Alckmin. Acho que é possível sim.
MN – Já que estamos falando da cidade, o que achou da privatização do Daem, o assunto mais comentado do ano?
DF – Olha essa questão é muito complicada. Eu não duvido das explicações dadas pela atual administração. Se essa é realmente a solução para a água em Marília, que se faça a privatização com transparência. O que não dá é pra ficar do jeito que está né? Temos que evoluir. A única coisa que eu acho que o prefeito Vinicius pecou foi na questão de decidir isso muito rápido. Acho que faltou um diálogo, um debate com toda a sociedade, um plebiscito, nem sei se isso é possível, mas enfim.. colocar toda a população para discutir a questão. Agora com o projeto aprovado espero que a empresa que vier faça os investimentos necessários e melhore a vida de todos.
MN – Me falou da sua viagem pelos países vizinhos, como foi?
DF – Maravilhosa, rodei de moto em vários países, curti muito. Não queria nem ter parado.
MN – Qual país gostou mais?
DF – É difícil escolher, mas gostei muito do Chile. É a Europa daqui. Isso falam né? Pro norte tem um deserto enorme que é muito bonito e mais ao sul tudo encanta também. Apesar disso, o país que mais me surpreendeu foi a Bolívia com certeza. Eu tinha a impressão que a Bolívia seria feia, até porque a imagem que me vinha à cabeça era a da população sofrida do país. Quando passei por lá e vi paisagens incríveis, pessoas muito acolhedoras, mudei minha ideia sobre a Bolívia.
MN – Tem alguma história de lá legal para contar?
DF – Tenho, mas não é tão legal assim (diz rindo).
MN – Qual?
DF – Eu quase fui assaltado em um posto na Bolívia. Aliás eu tinha certeza que iam me roubar, mas o Corinthians me salvou.
MN – O Corinthians te salvou? Como?
DF – Chegaram uns caras esquisitos, começaram a rondar, eu já saquei o que poderia ser. Mas era um posto meio longe de tudo. Falei tô ferrado, agora vão me levar tudo. Vieram falar comigo e ficamos naquele “Soy de Brasil, soy de Brasil”. Emendei e ainda falei grosso: “E aqui é Corinthians!”. Na hora eles se animaram “Corinthians, Corinthians!”, falavam. Acho que por isso desistiram de me roubar. Acredita?
MN – Qual seu maior hobbie hoje?
DF – Tenho um rancho aqui perto de Marília e sempre que posso vou para lá. Curto muito os esportes aquáticos. Nessa fase da minha vida é o meu lazer. Ir com a minha família, ficar tranquilo por lá.
MN – Dito, é isso, muito obrigado pela entrevista.
DF – Obrigado você Gabriel! Parabéns pelo ótimo trabalho do Marília Notícia que nos informa quase que em tempo real de tudo que acontece na cidade. Comentei com um amigo hoje mesmo que a internet não é nem o futuro, já é o presente. Obrigado e até próxima.