Marília tem duas intoxicações por agrotóxicos por mês
Dados do Ministério da Saúde mostram que Marília registrou, em 11 anos, 263 casos de intoxicação por agrotóxicos – 151 com venenos agrícolas, 111 de uso doméstico e 17 de uso público.
São aproximadamente 24 casos por ano, ou dois por mês. Os números são do período que vai entre 2007 até 2017 – último ano com dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).
A grande maioria dos casos de intoxicação na cidade acontece por conta de remédios, mas os casos de agrotóxicos chamam a atenção.
Esse tipo de ocorrência supera, por exemplo, as intoxicações com agentes tóxicos como raticida, produtos veterinários, químicos, cosméticos, abuso de drogas, plantas tóxicas, alimentos e bebidas.
Entre 2015 e 2017 houve aumento significativo no número de ocorrências, de 14 para 26 casos. E o ano retrasado voltou ao patamar antes observado em 2012. No levantamento, 2007 foi o ano recorde, com 39 intoxicações por agrotóxicos.
Os trabalhadores rurais que lidam diretamente com os agrotóxicos são estão entre as principais vítimas desse tipo de intoxicação e pesquisadores afirmam que a subnotificação é enorme.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST) do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, explica que “esse tipo de exposição [aos agrotóxicos], na maioria dos casos, não apresenta sinais e sintomas, como nas intoxicações agudas”,
No entanto, diz ela, elas “podem se traduzir em adoecimento tardio, com desfechos de saúde como o câncer”.