Manaus tem rebelião com mortos
Uma nova rebelião deixou ao menos três pessoas decapitadas em Manaus, no Amazonas, no domingo (8). A informação foi confirmada à Rede Amazônica pelo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Pedro Florêncio.
De acordo com o G1, o motim começou por volta das 5h (de Brasília). A secretaria diz que a situação já foi controlada.
A cadeia é a mesma que abrigou detentos transferidos após o massacre que deixou 60 mortos na semana passada.
Roraima pede Força Nacional
O governo de Roraima deve protocolar hoje (9) o pedido de envio da Força Nacional de Segurança para o estado. Roraima vive uma crise no sistema carcerário após a morte de 33 detentos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista. Com capacidade para 750 presos, a unidade abriga mais de 1.400 detentos
Em sua página no Facebook, a governadora Suely Campos informou que conversou com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no domingo (8) e ele afirmou que em poucos dias deve enviar o apoio necessário para garantir a ordem pública e enfrentar a grave tensão instalada na Penitenciária de Monte Cristo.
Em nota, a assessoria do ministério diz que “o ministro já determinou que a Secretaria Nacional de Segurança Pública providencie o imediato apoio ao estado”.
Em novembro do ano passado, o governo de Roraima chegou a solicitar a presença da Força Nacional após a morte de 10 detentos na mesma penitenciária, mas o pedido foi negado.
Prisão domiciliar
A Justiça de Roraima concedeu prisão domiciliar aos detentos do regime semiaberto do Centro de Progressão Penitenciária (CPP). O pedido foi feito pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A medida vale até o fim desta semana. Com isso, desde ontem (8), os detentos não precisam se dirigir à unidade para dormir. Eles devem ficar em casa.
O documento é assinado por 23 reeducando e pelo diretor do CPP, Wlisses Freitas da Silva, e informa “a impossibilidade de garantir a segurança dos presos e dos servidores que trabalham naquela unidade prisional”.
Segundo a OAB, os presos estariam sofrendo “ameaças diárias de morte, inclusive, de facções do crime organizado”. O documento leva em consideração relatos de presos provisórios que afirmam ser alvo da próxima tragédia no sistema carcerário.
O medo não está apenas no CPP. A professora Aldenizia Laranjeira revela a sensação de insegurança vivida na cidade. Segundo a moradora de Boa Vista, “algumas farmácias, alguns comércios fecharam mais cedo, por medo de rebeliões, de esses presos saírem aí das cadeias, saírem matando todo mundo, fazendo reféns, e a sensação de morte, muito triste, nunca tinha acontecido isso aqui em Roraima”, relata.
O Centro de Progressão Provisória sofre com o baixo efetivo de servidores. São, no máximo, quatro agentes por dia para prestar segurança a 160 presos, além dos que cumprem pena na Casa do Albergado e que assinam frequência no CPP, totalizando um fluxo de quase 500 detentos. Os agentes penitenciários reclamam ainda da falta de armamento adequado e suficiente para todos.