Mãe diz que bebê morreu após médico derrubá-lo em Assis
A auxiliar de veterinário Isabela Nogueira Evangelista, de 20 anos, acusa um médico pela morte de seu bebê, um menino de nome Vitor, logo após o parto em Assis (distante 75 quilômetros de Marília), na última terça-feira (13). Segundo a jovem, a criança morreu depois de ter sido derrubada pelo plantonista da Santa Casa da cidade.
Um Boletim de Ocorrência foi registrado e relata que Isabela entrou em trabalho de parto, já que estava grávida de 39 semanas e dois dias. Logo após o nascimento do bebê, o médico teria derrubado o recém-nascido em uma cuba de inox, causando trauma na cabeça da criança. Na sequência, foi feita a reanimação de Vitor, que não resistiu e morreu.
Para uma rede de TV da região, a mãe conta que chegou ao hospital, às 7h30 de terça, com muitas dores e sangramento. Por causa das complicações, a jovem disse que pediu ao médico para fazer cesárea, mas não teve o desejo atendido.
“O médico olhou para a minha cara e falou assim: ‘você é nova e você consegue ter normal’. E eu falei: ‘mas eu não quero, eu quero meu direito de ter cesárea’. A minha mãe entrou no quarto comigo e acompanhou tudo, e ele se negou a me fazer uma cesárea. Ele fez eu ficar com dor até o último instante.”
Ao canal, a jovem relatou ainda que, na hora em que o médico colocou o bebê no colo dela, ele aparentava estar bem e saudável. No entanto, ela viu que o cordão umbilical estava enrolado no pescoço da criança, quando o médico a pegou de volta.
“Eu fui dar meu filho para ele, ele veio desesperado, não sei. Na hora que ele foi pegar meu filho, meu filho caiu. Eu tentei ajudar a segurar, mas não adiantou, e meu filho caiu, na minha frente, de cabeça. Ele bateu a cabeça e eu falei: ‘você está ficando louco? Você derrubou meu filho’. Ele olhou para a minha cara e falou: ‘não, ele está bem. Neném é elástico, ele vai ficar bem'”, conta Isabella.
A Polícia Civil já colheu os nomes das testemunhas que presenciaram o ocorrido e dos profissionais que atenderam a paciente para seguir com as investigações do caso.
Foi requisitado exame necroscópico para apurar a causa da morte da criança.
OUTRO LADO
Em nota, a Santa Casa de Assis informa que Isabela e a família “foram e estão sendo amplamente assistidas pela equipe da Maternidade e Direção da Instituição”.
“A equipe obstétrica acompanhou presencialmente a paciente durante todo o período, seguindo todos os protocolos médicos. Após o parto, o bebê foi recepcionado pela pediatra, que constatou que o mesmo apresentava cianose, hipoativo e ausência de choro. Diante do quadro foram realizados todos os protocolos de reanimação do neonato, sem sucesso, sendo o óbito constatado pela pediatra”, diz o comunicado.
“A Direção orientou a família a realizar um Boletim de Ocorrência, bem como a análise no IML de Marília. A Instituição se solidariza com os familiares da criança mediante a delicada situação. Diante do rigor com que a instituição conduz a assistência aos pacientes, qualquer acontecimento fora da normalidade sempre passa por avaliação criteriosa. Todos os óbitos são verificados por uma comissão constituída para este fim, e a ocorrência deste óbito passará também por procedimentos internos de avaliação. Se constatada qualquer irregularidade, serão tomadas medidas, de acordo com a análise e o parecer da Comissão de Ética da Instituição”, finaliza o hospital.