Justiça condena vizinhos por tráfico no Maria Izabel e pai é sentenciado por injúria racial
A Justiça de Marília, em decisão assinada nesta terça-feira (3) pela juíza titular da 1ª Vara Criminal, condenou dois moradores no bairro Maria Izabel (zona leste) por tráfico de drogas. A ação penal também incluiu o pai de um dos réus, acusado de injúria racial – por discriminar o tom de pele de um policial civil – e desacato contra a equipe da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise).
Os dois homens, que moravam a poucos metros de distância, responderam por um esquema que incluía a venda de drogas sintéticas para usuários de alto poder aquisitivo. A polícia, porém, encontrava dificuldades para fazer campana devido às características do bairro, por isso recorreu a mandados judiciais e localizou as drogas.
CONDENAÇÕES
Guilherme Forti de Oliveira, de 24 anos, foi condenado a seis anos de reclusão em regime fechado pelo crime de tráfico de drogas e a três anos de reclusão também em regime fechado por associação ao crime.
Lucca Muniz Doretto, de 28 anos, estava ausente no dia da operação, mas também foi alvo da investigação e recebeu sentença de quatro anos e seis meses de reclusão por tráfico de drogas e a dois anos e meio por associação criminosa. Ambas as penas podem ser cumpridas em regime semiaberto.
O pai de Guilherme, Afonso Celso Dantas de Oliveira, foi condenado por injúria racial e desacato. Pelo primeiro crime, a pena de um ano de reclusão foi substituída por prestação de serviços à comunidade e pagamento de uma indenização de dois salários mínimos à vítima, um policial civil discriminado pela cor de sua pele.
Já em relação ao desacato, a pena foi de seis meses de detenção, também convertida em serviços comunitários.
Todos poderão recorrer da sentença, mas Guilherme permanecerá preso preventivamente. Já Lucca poderá aguardar decisão final em liberdade; o pai só cumpre serviços comunitário e paga as multas depois que a decisão transitar em julgado, esgotados todos os recursos.
NA MIRA DA DISE
Em setembro de 2022, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, agentes da Dise de Marília localizaram porções de maconha, cocaína, LSD, ecstasy, MDMA e frascos de lança-perfume, além de balanças de precisão, embalagens para fracionar e vender as drogas e dinheiro.
Guilherme foi autuado em flagrante e preso, mas Lucca estava ausente. O pai do jovem mais velho chegou em seguida e proferiu ofensas aos policiais, incluindo injúrias de ordem racial a um dos investigadores.
A ação penal narra que o pai teria dito frases como: “aquele moreninho ali… melhor eu não falar o que penso, deixa eu ficar quieto, senão acabo preso”. Em seguida, disparou série de xingamentos, atribuindo até partido político aos agentes públicos.
O homem foi conduzido à delegacia e pagou uma fiança de R$ 3 mil, sendo liberado para responder ao processo em liberdade.