Incêndio de grandes proporções atinge Museu Nacional, no Rio
Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista (zona norte do Rio), na noite deste domingo (2). Bombeiros de três quartéis combatem o fogo, mas aparentemente o prédio foi totalmente consumido. Às 21h, dezenas de curiosos entravam na Quinta da Boa Vista para ver o incêndio. Funcionários choravam. Não havia registro de feridos. Grandes labaredas atingiam os dois andares, e estrondos eram ouvidos de tempos em tempos.
“Começou por volta das 19h30. Eu moro pertinho e, assim que soube, vim pra cá. É uma pena, acho que não vai sobrar nada”, afirmou o advogado Marcos Antônio Pereira, de 39 anos, enquanto acompanhava o combate ao fogo.
Entre os funcionários do museu, o clima era de desespero. “Queimou tudo, perdemos tudo”, repetia uma mulher, aos prantos. Ela não quis se identificar.
Museu abrigava o esqueleto mais antigo das Américas
O maior tesouro do Museu Nacional, que foi atingido por um incêndio na noite deste domingo (2), é o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 12 mil anos de idade. Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil.
O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face – revelando traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos – estão em exibição no museu. A descoberta de Luzia mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas. É considerado o maior tesouro arqueológico do país.