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qua. 08 maio. 2024
estratégia

Empresas brasileiras Vale e Suzano já vendem para a China em moeda chinesa

No caso da Vale, a empresa confirmou já ter feito vendas de minério de ferro, mas usando apenas yuan.
por Folhapress

Duas das maiores empresas brasileiras em exportação para a China, Vale e Suzano, fizeram operações com a moeda chinesa, yuan (ou renminbi –RMB–, como também é chamada). Somam-se ao movimento iniciado no final do ano passado por bancos como BoCom (Banco de Comunicações da China) e ICBC (Banco Industrial e Comercial da China).

No caso da Vale, a empresa confirmou já ter feito vendas de minério de ferro, mas usando apenas yuan, sem conversão para o real. A Suzano Papel e Celulose só confirmou que está iniciando pequenos projetos, ainda acumulando experiência.

Embora o tema tenha se popularizado com a visita de Lula a Pequim e Xangai há um ano, quando o presidente brasileiro defendeu alternativas ao dólar no comércio internacional, é um pleito do setor privado que vem de antes da pandemia. Pelo que se apurou, bancos como Itaú e PNB Paribas chegaram a avaliar operações, no passado.

A própria Vale já fazia algo nessa direção. Parte de suas vendas na China são no varejo, no mercado “spot”, onde a operação é realizada em yuan pela unidade local da mineradora. O “spot” é voltado às siderúrgicas pequenas e médias chinesas, que trabalham com pouco estoque e, sem poder desligar o forno, às vezes recorrem ao varejo.

Em meados do ano passado, falando à TV Bloomberg, o CEO da Suzano, Walter Schalka, adiantou que estudava fazer negócios em yuan, argumentando que “a moeda chinesa está crescendo em importância e clientes menores estão cobrando” e prevendo que, com o tempo, “o dólar se tornará menos relevante”.

“É um tema antigo na relação bilateral”, comenta Tulio Cariello, diretor de pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), observando que também a Petrobras “estava analisando”. Para exportadoras como Vale e Suzano, “faz todo sentido, o significado é reduzir o custo de transação e até fortalecer o caixa em moeda local”.

David Cohen, tesoureiro do BoCom BBM, unidade do banco chinês no Brasil, não quis comentar os casos específicos de ambas, mas concordou quanto às “vantagens” para as grandes exportadoras.

“Para começar, muitas delas possuem estrutura na China, como escritórios, e compram bens chineses, como maquinário”, diz. “Faz sentido que comecem a carregar posições em yuan em caixa, para liquidação dessas obrigações.”

Acrescenta que “também existem condições mais favoráveis, sejam burocráticas ou de preço mesmo, para operações que sejam liquidadas em yuan, um movimento que tem sido incentivado pelo governo chinês e ajuda na questão financeira da transação”.

Cita ainda “a grande vantagem de condições de financiamento, hoje em dia, com os juros na China bem mais baixos do que os americanos e um excesso de poupança”. Foi com uma operação assim que o BoCom BBN financiou uma exportação da Eldorado, também de celulose.

“Em outros casos, algumas empresas estão tomando empréstimo em yuan e fecham ‘swap’ para real com a gente, e a taxa fica mais baixa do que conseguiriam tomar no mercado local”, diz. “Vemos demanda por esse tipo de operação crescendo significativamente.”

Por outro lado, Cariello observa que ainda não é possível determinar “até que ponto é tão vantajoso para as empresas do agronegócio”, por exemplo. Elas compram fertilizantes da Rússia, que prioriza a moeda chinesa, mas também “do Canadá e de alguns países africanos, tipo a Nigéria, que dificilmente vão aceitar yuan”.

Questionado sobre as propostas de assessores do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos, de criar obstáculos e punições para países que procurem alternativas ao dólar no comércio, Cariello comenta que “é um fato dado, com certeza vai ter disputa entre EUA e China em relação à questão das moedas.

Talvez não no curto prazo, mas é uma tendência, isso é claro”.

Segundo o diretor de pesquisas do CEBC, “internacionalizar a moeda é uma estratégia da China, que já fez acordos com países da região, inclusive Chile, Argentina”. E é consequência de ter se tornado “a maior nação comerciante do mundo, o grande centro de gravidade do comércio internacional, inclusive com os EUA orbitando a China nos gráficos”.

Uma questão a resolver é o risco cambial, de desvalorização relativa da moeda chinesa, que o governo brasileiro estaria estudando como reduzir, oferecendo algum tipo de garantia. Mas há resistência, devido às experiências anteriores com mecanismos que visaram evitar o risco.

POR NELSON DE SÁ

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