Defesa Civil alerta para tempestades neste fim de semana no Rio Grande do Sul
As chuvas voltaram a atingir o Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (10), deixando as autoridades e a população em alerta máximo pela possibilidade de novas enchentes atingirem as cidades já castigadas pela inundação da semana passada, que causaram ao menos 126 mortes. No entanto, o volume foi menor do que o esperado, dando certo alívio.
O problema é que a previsão do tempo mostra que as chuvas mais fortes chegarão à região neste fim de semana, principalmente, na região metropolitana de Porto Alegre e nos municípios do norte gaúcho, próximo à serra.
Por isso, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou nesta sexta que manterá as equipes mobilizadas nos próximos dias para o enfrentamento dos danos da atual enchente e também para um possível repique na elevação do lago Guaíba. De acordo com os dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a capital está em uma área que pode registrar entre 150 mm e 200 mm de acumulado de chuva até segunda-feira (13), com rajadas de vento de até 100 km/h.
Porto Alegre vive a pior enchente de sua história. O lago Guaíba, que cerca a cidade, chegou nos últimos dias ao maior nível já registrado (5,30 m), e às 22h15 desta sexta marcava 4,66 m –a cota de inundação é de 3 metros.
Segundo o Inmet, a chuva dos próximos dias, aliada a uma mudança na direção dos ventos para sul-sudeste a partir de segunda-feira, poderá ocasionar uma nova elevação do nível do Guaíba para o patamar de 5 m.
“Vamos manter a mobilização dos voluntários, servidores e forças de segurança nos resgates e nos abrigos. Temos um desafio, logo mais à frente, também de reacomodar essas pessoas que saíram de suas casas e perderam tudo”, afirmou o vice-prefeito, Ricardo Gomes.
“A palavra de ordem é seguir com os trabalhos”, concordou o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Evaldo Rodrigues.
A preocupação também está nos municípios que rodeiam a lagoa dos Patos, que liga a região de Porto Alegre ao mar. Segundo a Prefeitura de Rio Grande, a última cidade antes de as águas entrarem no oceano Atlântico, o nível da lagoa está subindo gradualmente. O boletim emitido às 21h desta sexta mostrava que a água já estava com 2,36 m, 1,56 m acima do nível normal.
Com isso, parte da cidade já estava alagada, o que fez com que a população fosse deslocada para casas de parentes ou alojamentos em locais mais elevados.
Outro alerta das autoridades é para os deslizamentos de terra e quedas de barreiras nas estradas, devido aos volumes de chuva esperados. Esse aviso vale da serra gaúcha, passando pelos vales dos rios Caí, Taquari e Sinos, até o delta do Jacuí, que deságua no lago Guaíba, em Porto Alegre.
TEMPERATURAS DESABAM
Além das tempestades esperadas, os gaúchos também precisam se preparar para a queda da temperatura nos próximos dias.
De acordo com nota do Inmet, a partir de segunda-feira está prevista a passagem de uma frente fria mais intensa sobre a região sul e o posterior ingresso de uma massa de ar frio e seco, o que irá ocasionar uma queda acentuada das temperaturas e ainda diminuir a possibilidade de chuva durante a próxima semana.
Neste dia, o período da tarde será de bastante frio em parte do Rio Grande do Sul. Em algumas localidades, a temperatura não passará dos 13°C, como em pontos da campanha e da serra. Em Porto Alegre e região metropolitana, as máximas devem oscilar entre 16°C e 18°C.
Logo na manhã da terça-feira (14), as temperaturas tendem a baixar mais podendo chegar a 3°C e 4°C na região da campanha e serra gaúcha. A previsão indica a possibilidade de geada, especialmente nas áreas de fronteira com o Uruguai. Na capital, a mínima deve ficar em torno dos 8°C. Neste dia, as máximas em alguns municípios da serra gaúcha não irão passar dos 10°C.
Na quarta-feira (15), por sua vez, o ar frio e seco ganha força e o amanhecer do dia pode ter mínima de 0°C a 1°C, com possibilidade de geada moderada a forte em alguns pontos. Na região da campanha e serra do sudeste, as mínimas ficarão em torno dos 2°C. O período da tarde será de temperaturas baixas na maior parte do estado.
***
POR CLAUDINEI QUEIROZ