CPI da carne realiza primeira reunião
Foi realizada na tarde desta terça-feira (27), a primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o perecimento de mais de sete toneladas de carne, na Cozinha Piloto de Marília, no início de 2018.
Segundo o presidente da CPI, vereador Luiz Eduardo Nardi (PR), este primeiro encontro serviu para definir o cronograma de trabalho.
“Nós fizemos um breve resumo daquilo que pretendemos levantar, inicialmente. São questões que terão desdobramento no restante da CPI. Queremos informações sobre a câmara fria, sobre interrupção de energia elétrica e também queremos a contratação de um especialista que nos instrua sobre o correto funcionamento desta câmara. A medida que formos recebendo e analisando estes documentos, vamos distinguindo a necessidade e os nomes das pessoas que devem ser ouvidas pela Comissão”, disse Nardi.
Os documentos requeridos pela CPI foram: O relatório produzido pelos vereadores José Luiz Queiroz (PSDB) e Maurício Roberto (PP) que estiveram na Cozinha Piloto, um dia após constatado o perecimento da carne (25 de janeiro); a 2ª via do laudo produzido pela Vigilância Sanitária, em relação ao alimento estragado; informações da Companhia Paulista de Força e Luz sobre possíveis interrupções de energia elétrica no período entre os dias 1 e 24 de janeiro, nas redondezas da Cozinha Piloto; cópias de inteiro teor, da Secretária de Suprimentos, dos processos licitatórios para a aquisição da carne e cópias dos empenhos, comprovantes de pagamentos realizados e respectivas notas fiscais do fornecedor.
Para o relator da CPI, o vereador Maurício Roberto, os documentos solicitados definirão as oitivas deste processo.
“Hoje definimos quais documentos iremos solicitar aos órgãos responsáveis. Após a chegada destes documentos, faremos uma análise e identificaremos quem serão as pessoas a serem ouvidas e em que ordem serão intimadas. Quem irá nortear as oitivas serão estes documentos”, disse.
Para o membro da CPI, o vereador Danilo Bigeschi (PSB), as informações contidas no laudo da Vigilância Sanitária serão importantes para a CPI.
“O levantamento destas informações irá dar um embasamento para a Comissão para que possamos saber, de fato, quais eram as condições previstas e relacionadas à saúde. Acredito que o laudo da Vigilância Sanitária vai trazer muitas informações de como o alimento estava condicionado, a que temperatura e os riscos que poderiam oferecer. Os trabalhos já estão sendo feitos com muita cautela, serenidade e sobretudo, com muita responsabilidade”, finalizou Danilo.
A CPI tem prazo de 120 dias para ser concluída, prorrogáveis por mais 90 dias.
Daniel
Questionado pelo Marília Notícia sobre a composição da CPI, Daniel Alonso disse que “vai prevalecer a transparência do Executivo”.
Daniel também fez questão de elogiar Nardi: “Ele é muito coerente, gosto da atuação dele, mesmo sendo oposição. O autor é uma pessoa coerente, ponderada e experiente. Imagino que quer o melhor para Marília, assim como eu”.
Os outro membros também receberam afagos do prefeito. “São pessoas capazes de analisar tecnicamente a questão”, finalizou.
Investigação e sindicância
Vale lembrar que a própria Prefeitura de Marília já abriu uma sindicância interna para apurar o perecimento dos alimentos.
Desde o episódio, Daniel determinou o fechamento da cozinha piloto e “uma mudança no sistema de abastecimento, onde o fornecedor/frigorífico ficará responsável por entregar os alimentos direto nas escolas”.
“O Prefeito Daniel Alonso condena com veemência esse episódio e quando soube imediatamente acionou a Vigilância Sanitária para a emissão de laudos e relatórios. Ele garante que depois das investigações todos os responsáveis que estavam frente à pasta e o setor serão punidos com o rigor da lei e deverão, se constatada omissão e negligência, ressarcir os cofres públicos municipais”, disse a Prefeitura em comunicado divulgado na semana do episódio.
O Ministério Público igualmente apura os fatos.