Contratada da Prefeitura é alvo da Lava Jato
A Sotaque Brasil Propaganda e Publicidade, agência publicitária prestadora de serviços no governo do prefeito de Marília, Vinicius Camarinha (PSB), foi alvo da 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada como Xepa, cuja mira principal é a empreiteira Odebrecht.
Em um dos mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Federal (PF), foram encontrados discriminados em uma planilha feita pela Odebrecht, dois pagamentos no valor de R$ 500 mil cada recebidos pela agência, pagos pela empreiteira nos dias 23 e 24 de outubro de 2014, em nome de Bruno Martins Gonçalves Ferreira, um dos integrantes do quadro societário da empresa.
A Sotaque tem como sócio-administrador Oliveiros Domingos Marques Neto, que tem proximidade o petista Luiz Marinho, atual prefeito de São Bernardo do Campo.
No ano passado, o Ministério Público abriu investigação sobre o contrato firmado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, na gestão de Marinho, entre 2013 e 2014, com a Sotaque. O acordo prevê gasto de R$ 9 milhões ao ano, mas cláusula permite que o aporte alcance a cifra de R$ 45 milhões, pois pode ser aditado por mais quatro anos.
Sotaque em Marília
Para prestar serviços de mídia nas áreas de pesquisa, planejamento, criação e produção de anúncios e reportagens institucionais em TVs, rádios, jornais e revistas, bem como redes sociais de internet e outros meios digitais, a Sotaque Brasil foi contratada em junho do ano passado pela Prefeitura de Marília por R$ 3,8 milhões.
O dinheiro é repassado para a Sotaque, que fica responsável por fazer o material publicitário da administração municipal. Depois a publicidade é repassada, teoricamente, para diversas mídias da cidade e região.
Apesar disso, não há informações de quais veículos de comunicação estão recebendo verba para veicular as propagandas institucionais.
Recentemente a OSCIP Matra (Marília Transparente) questionou os altos gastos com publicidade, além de querer saber quais são essas empresas e quem são os proprietários envolvidos nas negociações.
O objetivo, segundo a Matra, é saber se alguns veículos de comunicação estão sendo privilegiados e se há vínculos entre a administração e as mídias.