Cirurgiã de Marília aborda riscos e cuidados necessários para o peeling de fenol
Peeling de fenol: o assunto tomou conta das redes sociais na semana passada, depois que um jovem de 27 anos morreu em decorrência de complicações do procedimento estético.
O caso, que foi registrado como homicídio – ainda em investigação se culposo ou doloso – aconteceu na última segunda-feira (3) em uma clínica de estética localizada na zona sul de São Paulo.
Os riscos de complicações são reais e há necessidade de acompanhamento profissional. Especialista em cirurgia plástica, a médica Érika Malheiros Bastos alerta para os perigos do tratamento.
“É necessário entender que existe o peeling estético padrão e outro procedimento parecido, mas com aplicação de fenol que, se não dosada a quantidade aplicada, a química pode sim colocar em risco a saúde do paciente. Eu e mais 10 profissionais da área médica somos os únicos do Brasil que passaram por curso de especialização com o médico José Kacowicz, que é a maior autoridade do mundo em peeling de fenol de alta performance”, afirma.
No caso recente de São Paulo, a vítima teria ido fazer o peeling de fenol para melhorar as marcas causadas pela acne ainda na adolescência. O procedimento estético, quando perfeitamente realizado, é indicado no tratamento de rugas e flacidez, melasma e marcas de acne. O método é fenômeno nas redes sociais e consultórios dermatológicos.
Ao Marília Notícia, Érika explica que o peeling de fenol é um procedimento médico avançado e requer uma série de cuidados, além de rigor. Para a cirurgiã, o procedimento não pode ser feito por um profissional com conhecimento apenas em beleza estética. A medicina utiliza de técnicas para o uso do fenol e assegura um tratamento eficaz sem danos à saúde do paciente.
Érika Malheiros lamenta o ocorrido e explica que a forma correta de aplicar o peeling de fenol exige conhecimento técnico.
“Não é qualquer profissional que pode fazer este tipo de peeling, pois contamos com o amparo técnico de uma estrutura e equipe de acompanhamento. A clínica tem que ter todo suporte necessário para a segurança e bem-estar do paciente”, completa.
Ainda segundo Érika, são anos de estudos para aprimoramento de técnicas. “O fenol é uma substância cáustica que consegue romper fontes de sulfeto entre as células, dissolvendo estas camadas até chegar nos vasos sanguíneos. Tem casos que precisamos aplicar o fenol numa camada da pele, por partes, com cuidado e intervalos de tempo, até o preenchimento total da face do paciente. Considero este procedimento como uma ‘quimio-cirurgia'”, salienta a médica.
A especialista reforça que, para a aplicação do peeling de fenol, é necessária prévia avaliação médica. Justamente para que não aconteçam casos como o de São Paulo.
“O médico deve ser bem treinado e especializado no assunto. Preciso de exames cardíacos, de rim, fígado e outras avaliações específicas para saber se paciente vai poder passar pelo procedimento. Se o paciente for diagnosticado com arritmia cardíaca, vamos medicá-lo e tratar o problema antes de realizar o peeling de fenol. A nossa clínica, por exemplo, é estruturada com monitor cardíaco, desfibrilador, drogas e equipe técnica para acompanhamento, o que proporciona o ambiente adequado para o trato com o fenol”, conclui.
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