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Marília
sex. 03 abr. 2020

Artigo: A paralisação e uma nova forma de ser escola, por Robson de Oliveira

por Amanda Brandão

Robson de Oliveira é diretor pedagógico do Colégio Água Viva e escreve sobre Educação no Marília Notícia.

Por Robson de Oliveira

O fortalecimento do protagonismo das crianças e adolescentes é um dos principais objetivos da educação. Educação no sentido amplo, no encontro de esforços dos diversos setores da sociedade, da família, dos educadores e do próprio estudante. E, acredito que essa paralisação é uma grande oportunidade para que isso aconteça.

Sem me alongar nisso, recordo que historicamente a instituição escolar foi minimizando as responsabilidades de quem ela chamou de “aluno”, à medida que as delegava para aquele que chamou de “professor” e mantendo as famílias equidistantes, com mínimas participações.

Interessante que a palavra “aluno” nos remete a alguém que não tem algo (sem luz) e “professor” sugere aquele que “declara à frente”. Ai, então, está posto: Os “alunos”, carentes, vão à escola para receber dos “professantes”. Comparando este cotidiano escolar com uma banda, brinco que é como se os professores carregassem pianos, os alunos desfilassem com flautas doces e a família aguardasse para aplaudir (ou não) a apresentação final.

Ao relembrar dessa realidade escolar neste contexto, minhas palavras podem ser compreendidas como uma defesa ou justificativa. Pois, as chamadas aulas remotas, estão exigindo muito dos alunos e seus pais. Mas, afirmo que também estão exigindo muito dos professores. Por ser algo novo, fica evidente o desconhecimento, as inúmeras falhas, ausência de suporte técnico e despreparo tecnológico da equipe pedagógica em muitas instituições escolares. E isso é um processo natural. Riquíssimo em oportunidades de aprendizagem.

Sim, a escola está aprendendo uma grande lição. Aprendendo muito nessa loucura toda. A paralisação é a interrupção de uma certa escola é oportunidade para o surgimento de outras posturas educativas. O véu das certezas e estruturas prontas foi rasgado. Está paralisada a escola que se mantinha na consideração de uns mais ativos do que outros, mais responsáveis pelo processo do que outros. Hoje, de certa forma, nos igualamos e fomos (re) unidos. E, ainda melhor, empaticamente estamos trocando os papéis. Os professores reconhecendo-se “alunos”, os alunos necessitando assumir a “profissão” e nas mesas das famílias encontramos raspas de borracha e conversas sobre aprendizagem. Pais, mães, avós, tios, irmãos e amigos ensinando e sendo ensinados.

É claro que esta nova realidade nos parece estranha. Por isso, é possível que vozes, dentro e fora de nós, proteste. Grite a vontade da escola voltar a funcionar o mais rápido possível. Isso, também quero. Mas, diferentemente, há nesse protesto o desejo que ela volte a ser como antes, como sempre foi. Professores “dando aulas”, adolescentes recebendo tudo pronto. E, suas famílias, somente assistindo e cobrando. Mas, agora, a distância presencial, por mais que nos esforcemos com os meios tecnológicos, impede a manutenção da antiga relação “professor-aluno” e “pais expectadores”.

Não comemoro a atual situação. Estamos enfrentando uma pandemia e, por isso, angustiados e isolados. Como educador, participando de uma equipe pedagógica, padeço também, encarando o grande trabalho dessas últimas semanas. Sensível também às lutas das famílias, reorganizando-se para apoiar as aprendizagens de seus filhos (as). Mas, confesso, uma estranha alegria por sentir que estamos, sem escolhas, experienciando uma intensa formação… Transformação. Estamos recriando a escola.

Graças a paralisação, como uma das medidas para vencermos a proliferação do Covid-19, nos colocamos diante da oportunidade de uma nova forma de educação: professores aprendentes, admitindo e enfrentando o que outrora não sabiam. Ao lado (e não a frente) de adolescentes que aprendem ainda mais, por assumirem a profissão estudantil. E, a família totalmente ativa em meio a este processo.

***

Robson de Oliveira é diretor pedagógico do Colégio Água Viva

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