Acesso às favelas de Marília tem 10% das vias restritas a pedestres e motos

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novos dados do Censo Demográfico 2022 com foco em favelas e comunidades urbanas. A análise da infraestrutura das 13 áreas de Marília aponta que 10,34% das vias nesses locais só permitem acesso por motocicletas, bicicletas ou pedestres.
O levantamento mapeou comunidades consideradas mais carentes, localizadas na Vila Barros, Parque das Vivendas, Toffoli, Jardim Santa Paula, Argollo Ferrão, Jardim Eldorado (Bronks), Parque das Nações, Jardim Santa Antonieta, Jardim Virgínia (Bugrinho), Homero Zaninotto, Alcides Matiuzzi, trilho da Fepasa e Parque das Azaleias.
Ao todo, o IBGE identificou 58 vias nas comunidades analisadas. Destas, 44 (75,86%) possuem capacidade máxima de circulação, sendo aptas ao tráfego de caminhões e ônibus. Outras oito vias (13,79%) comportam carros e vans, enquanto seis (10,34%) são acessíveis apenas a motocicletas, bicicletas ou pedestres.
Um dos exemplos detalhados é o do Argollo Ferrão. No local, 57,14% das vias têm capacidade para todos os tipos de veículos, 14,29% comportam carros e vans, e 28,57% são restritas a motos, bicicletas ou pedestres — o maior percentual de limitação de acesso entre as áreas analisadas.
O levantamento também evidencia desigualdade na pavimentação. Das 58 vias identificadas, 40 (68,97%) são pavimentadas, enquanto 18 (31,03%) não possuem asfalto.
No Argollo Ferrão, 57,14% das vias são pavimentadas e 42,86% permanecem sem asfalto, o maior percentual de vias não pavimentadas entre as favelas de Marília. Já na Vila Barros, 87,5% das vias contam com pavimentação, enquanto 12,5% não são asfaltadas.
A divulgação integra a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que faz parte do Censo e analisa o número de estabelecimentos por tipo, edificações em construção ou reforma e as condições do entorno, como pavimentação, circulação e infraestrutura viária.
Os dados apontam vulnerabilidades que impactam diretamente a mobilidade urbana, o acesso a serviços públicos e a qualidade de vida dos moradores dessas comunidades.