Ação rápida de policiais penais evitou mais mortes em penitenciária

Em meio ao incidente que resultou em sete mortes, a atuação dos servidores da Penitenciária de Marília ajudou a evitar que mais vidas fossem perdidas no final da tarde desta terça-feira (25), durante o incêndio que tomou conta de um setor da unidade. Cinco servidores ficaram feridos; a maioria atuou diretamente no salvamento e resgate dos presos.
O saldo foi de sete mortos e sete detentos sobreviventes. Relatos já prestados à Polícia Civil indicam que alguns custodiados foram retirados inconscientes pelos servidores, que arriscaram a própria vida para acessar as celas tomadas pela fumaça.
As informações iniciais apontam que cinco policiais penais sofreram intoxicação por fumaça durante o resgate — sem queimaduras. Eles foram encaminhados a hospitais de Marília. Ainda não há confirmação sobre eventuais altas médicas.

Fumaça mortal
O incêndio começou pouco antes das 17h, depois que o detento identificado como Leandro Inácio da Silva, que estava na inclusão por indisciplina, ateou fogo em seus próprios pertences.
Segundo testemunhas, as chamas se espalharam rapidamente por colchões, roupas e objetos pessoais, em um espaço de pouca ventilação — característica comum em unidades prisionais — criando um ambiente mortal.
O diretor de segurança relatou ter sido avisado da ocorrência e encontrado a cela de Leandro já tomada pelo fogo. Ele acionou imediatamente outros servidores, que passaram a agir de forma coordenada.
Com visibilidade reduzida e forte presença de fumaça, os agentes abriram as portas automáticas e entraram repetidamente no setor para retirar os presos, dois a dois, até o limite físico possível.
Os agentes, assim como os detentos sobreviventes, foram socorridos por ambulâncias da própria unidade, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros.
A Polícia Civil confirmou a prisão de Leandro Inácio da Silva por homicídio e lesão corporal. A avaliação policial é de que ele tinha consciência de que poderia causar graves danos ao ambiente e provocar mortes. O detento permanece internado no HC, sob escolta.
A reportagem do Marília Notícia questionou a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) sobre o estado de saúde dos servidores, mas ainda não obteve resposta. Caso haja manifestação, este texto será atualizado.