MN Logo

11 anos. Mais de 100 mil artigos.

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes
  • Colunas
  • Anuncie
Brasil e Mundo
seg. 10 abr. 2017

Entenda as causas do conflito na Síria

por Marília Notícia

O menino Omar Daqneesh, 5 anos, logo após ser resgatado de um bombardeio na cidade de Aleppo (Foto: Divulgação/Aleppo Media Center)

Com seis anos recém-completados, a guerra civil na Síria tem origens que passam pela Primavera Árabe, no Oriente Médio e na África, e por outros episódios do complexo contexto geopolítico da região.

Mais de 400 mil mortes e cinco milhões de refugiados depois, o país passa por um dos seus momentos mais delicados, em meio ao aumento da tensão após bombardeios dos Estados Unidos a uma base aérea síria na última quinta-feira (6).

Os desdobramentos do conflito, que já causam impactos internacionais, podem ser agravados após a ofensiva norte-americana em reação a um ataque com armas químicas ocorrido dias antes.

Entenda os interesses envolvidos no conflito da Síria, a importância da localização do país, as causas e as principais consequências da guerra civil:

Primavera Árabe

A sequência de revoltas populares ocorridas em diferentes países contra regimes ditatoriais e em busca de melhorias sociais para a população teve início em 2010.

A começar pela Tunísia, os governantes de nações como Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein, Jordânia e Angola presenciaram levantes em suas cidades, da mesma forma como ocorreu na Síria.

Apesar de reconhecer que a repressão violenta dos protestos pelo ditador sírio Bashar al-Assad na ocasião tenha fortalecido a oposição, o professor de Relações Internacionais Jorge Mortean alerta que, lá, a visão de democracia é diferente da ocidental.

“Um sírio nunca colocou um papelzinho numa urna, assim como um saudita e um iraquiano (antes da invasão norte-americana, em 2003). Esses países milenarmente foram impérios. A democracia é uma construção social prática, vai se dando aos poucos. Os anseios do povo sírio são outros, o desenrolar da guerra civil foi totalmente diferente do que aconteceu na Primavera Árabe”, analisa Mortean, doutorando em Geografia Política pela Universidade de São Paulo.

O governo de Bashar al-Assad, que, diferentemente de seus vizinhos, não se aliou às principais potências ocidentais, já era visto com ceticismo pelos extremistas muçulmanos.

Os radicais acreditam que o atual regime não defende as tendências islâmicas de seu interesse, e com isso fomentaram a criação de grupos armados de oposição, que passaram a ser financiados por outros países.

Terrorismo

Chocando o mundo com imagens de decapitações e assumindo autoria de ataques ocorridos nos últimos anos em grandes centros mundiais, o Estado Islâmico (EI) é o principal grupo terrorista em território sírio.

Os rebeldes armados chegaram a ocupar províncias importantes do país, propagando o terror ao sequestrar pessoas, destruir patrimônios culturais e prédios da região.

Desde o ano passado, as tropas governamentais têm reconquistado algumas cidades que estavam sob o controle do EI, como Khanaser, Palmira e Aleppo.

Rebeldes curdos e integrantes de outros grupos como a Frente al-Nusra também fazem parte da oposição ao regime sírio. Apoiado pelos Estados Unidos e outros países do Ocidente, um plano de transição política para o país foi proposto em setembro passado pelo Alto Comitê de Negociações da Síria, que engloba 30 facções políticas e militares.

Segundo Mortean, os grupos terroristas, interessados em derrubar al-Assad, são financiados por países como Arábia Saudita e Qatar e contam com o aval “tecnológico e financeiro” de França e Estados Unidos.

“Na verdade, toda essa guerra é só um mote para tirar o Bashar al-Assad. O povo sírio nunca experimentou a democracia. Por que a Síria, que está com regime dos Assad desde 1970, está incomodando agora? Por interesses próprios e de terceiros, há uma série de erros estratégicos devido aos quais a guerra ainda não acabou”, avalia o professor.

O diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense, Eurico de Lima Figueiredo, faz uma análise semelhante.

Segundo ele, a posição estratégica da Síria, saída importante para o Mar Mediterrâneo, é a maior razão da guerra, já que tem relação com a “geopolítica do petróleo”, classificada por ele como a “essência” dos conflitos no Oriente Médio.

Bashar al-Assad é filho de Hafez al-Assad, que governou a Síria entre 1970 e 2000. Há 17 anos no poder, o atual ditador foi reeleito em 2014 para um novo mandato de sete anos, nas primeiras eleições com mais de um candidato ocorridas no país em mais de meio século. O pleito, no entanto, foi considerado uma “farsa” pelos opositores.

Estados Unidos e Rússia

Embora o presidente norte-americano Donald Trump tenha flertado com os russos durante a campanha que o levou ao poder, os acontecimentos recentes podem colocar em conflito as duas potências.

Desde o início da guerra, a Síria tem o apoio do presidente russo Vladimir Putin, que repudiou o lançamento dos 59 mísseis contra a base militar síria na última semana.

O ataque foi uma resposta de Trump à ação com armas químicas no começo da semana, que deixou mais de 80 mortos, centenas de feridos e cuja autoria ainda é incerta.

Para Figueiredo, que é professor de relações internacionais e assuntos estratégicos, os novos confrontos trazem a possibilidade de um conflito direto entre os Estados Unidos e a Rússia.

“Os dois países, depois de muitas desavenças, chegaram à conclusão de que a solução para o conflito passa por Bashar al-Assad. Depois do Iraque, os Estados Unidos aprenderam que quando se tira um governante forte, o que vem depois é pior. Então chegaram à conclusão de que é melhor combater o Estado Islâmico juntos. No entanto, eles não bombardeiam com a contundência necessária para acabar com o grupo.”

Para o analista, Trump acredita que as armas químicas foram lançadas pelos sírios e ordenou o bombardeio como um “recado a Assad de que ele não pode fazer o que quiser”.

Vítimas da guerra

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), cinco milhões de sírios deixaram sua terra natal e hoje vivem em países como Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.

Parte deles conseguiu cruzar as fronteiras com a Europa. Na América Latina, o Brasil é um dos destinos mais procurados pelos cidadãos que fogem da guerra civil.

Somente no território sírio, mais de 13 milhões de pessoas precisam de assistência emergencial, segundo a Acnur. Já a Anistia Internacional, que produz frequentes relatórios denunciando crimes contra a humanidade cometido por todos os lados do conflito, aponta outro dado alarmante.

Com base no enviado da Organização das Nações Unidas para a Síria, a entidade revela que o número de mortos já passou de 400 mil desde o começo do conflito.

Compartilhar

Mais lidas

  • 1
    Homem morre baleado pela PM na madrugada em Marília
  • 2
    Dupla armada invade casa, rende irmãos e foge com R$ 10 mil e relógio na zona norte
  • 3
    Homem em situação de rua bate no rosto e rouba pedestre no Centro de Marília
  • 4
    Marília Shopping anuncia 4ª expansão e confirma chegada das redes Soneda e Daiso

Escolhas do editor

SEQUESTRO
Jovem é sequestrado e obrigado a realizar transferências Pix por dois diasJovem é sequestrado e obrigado a realizar transferências Pix por dois dias
Jovem é sequestrado e obrigado a realizar transferências Pix por dois dias
VÍDEO
Grupo MC3 celebra o Dia do Síndico em noite de reconhecimentoGrupo MC3 celebra o Dia do Síndico em noite de reconhecimento
Grupo MC3 celebra o Dia do Síndico em noite de reconhecimento
POLÍTICA
Marília publica plano que define metas e prioridades até 2029Marília publica plano que define metas e prioridades até 2029
Marília publica plano que define metas e prioridades até 2029
Bild entrega o Villá e marca transição do segmento premium em MaríliaBild entrega o Villá e marca transição do segmento premium em Marília
Bild entrega o Villá e marca transição do segmento premium em Marília

Últimas notícias

Jovem é sequestrado e obrigado a realizar transferências Pix por dois dias
Motorista é preso por embriaguez ao volante após bater carro em trator
Justiça publica sentença contra acusados por crimes na ‘guerra do tráfico’ em 2011
Grupo MC3 celebra o Dia do Síndico em noite de reconhecimento

Notícias no seu celular

Receba as notícias mais interessantes por e-mail e fique sempre atualizado.

Cadastre seu email

Cadastre-se em nossos grupos do WhatsApp e Telegram

Cadastre-se em nossos grupos

  • WhatsApp
  • Telegram

Editorias

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes

Vozes do MN

  • Adriano de Oliveira Martins
  • Brian Pieroni
  • Carol Altizani
  • Décio Mazeto
  • Fernanda Serva
  • Dra. Fernanda Simines Nascimento
  • Fernando Rodrigues
  • Gabriel Tedde
  • Isabela Wargaftig
  • Jefferson Dias
  • Marcos Boldrin
  • Mariana Saroa
  • Natália Figueiredo
  • Paulo Moreira
  • Ramon Franco
  • Robson Silva
  • Vanessa Lheti

MN

  • O MN
  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie

Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial.
MN, Marília Notícia © 2014 - 2025

MN - Marília NotíciaMN Logo

Editorias

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes

Vozes do MN

  • Adriano de Oliveira Martins
  • Brian Pieroni
  • Carol Altizani
  • Décio Mazeto
  • Fernanda Serva
  • Dra. Fernanda Simines Nascimento
  • Fernando Rodrigues
  • Gabriel Tedde
  • Isabela Wargaftig
  • Jefferson Dias
  • Marcos Boldrin
  • Mariana Saroa
  • Natália Figueiredo
  • Paulo Moreira
  • Ramon Franco
  • Robson Silva
  • Vanessa Lheti

MN

  • O MN
  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie