A responsabilidade que a notícia exige

O incêndio na Penitenciária de Marília, ocorrido nesta terça-feira (25), que deixou ao menos sete mortos e diversos feridos, trouxe dor às famílias envolvidas, ampliou na sociedade a preocupação com risco de fuga e reacendeu questionamentos importantes sobre a segurança e a gestão do sistema prisional.
Mas o episódio revelou também outro problema grave: a velocidade com que a desinformação se espalha quando muitos preferem publicar antes de checar.
Em poucas horas, boatos, áudios falsos e números inventados circularam livremente. Páginas amadoras que se apresentam como jornalismo e perfis pessoais sem qualquer compromisso com a apuração divulgaram versões aleatórias — ora até corretas, ora completamente falsas — confundindo a população e aumentando ainda mais a tensão em um momento sensível.
A desinformação foi tão intensa que ultrapassou o ambiente das páginas informais e atingiu até veículos profissionais, um erro imperdoável. O portal UOL, referência nacional, publicou que 11 pessoas haviam morrido — um número que não foi mencionado por nenhuma fonte oficial. O equívoco mostra que, em situações de pressão, até grandes redações podem falhar quando a checagem não acompanha a urgência.
Há 11 anos, o Marília Notícia escolheu seguir um caminho claro: apurar antes de publicar, mesmo que isso signifique demorar alguns minutos a mais. Cruzamos dados, ouvimos autoridades, distinguimos o que é confirmado do que ainda está em apuração e mantemos transparência com o leitor.
Credibilidade não se improvisa — se constrói diariamente, com método, responsabilidade e respeito à informação, incluindo o respeito às normas profissionais, às fontes e também aos direitos autorais.
Nosso slogan, “Aqui você lê a verdade”, nunca foi tão atual. Em tempos de boatos velozes e fontes duvidosas, reafirmamos nosso compromisso inegociável: entregar ao público informação séria, precisa e confiável, porque é isso que o jornalismo exige e é isso que Marília e região merecem.