Rixa antiga entre vizinhos motivou tiroteio dentro de supermercado

Um agente penitenciário de 50 anos foi identificado como autor dos disparos efetuados na noite deste sábado (15) dentro de um supermercado localizado na avenida República, zona norte de Marília. Ele ainda não foi localizado para apresentar sua versão, mas familiares prestaram depoimentos preliminares à Polícia Civil.
O alvo dos tiros é Johnny da Silva Sarmento, de 37 anos, que permanece hospitalizado. A autoria é atribuída a Gilson Junior dos Santos, agente que atua em Getulina. O caso foi registrado como tentativa de homicídio, ocorrido por volta das 19h, com intensa mobilização policial no bairro Palmital.
Johnny chegou ao hospital com três perfurações — duas no abdômen e uma nas costas. A perícia vai determinar se ele foi atingido enquanto estava de costas ou se algum projétil provocou lesão de saída. Ele permanece internado no Hospital das Clínicas (HC) de Marília, após passar por cirurgia de urgência. O estado de saúde é considerado grave, porém estável.

Histórico de brigas
Testemunhas relataram que a confusão começou após uma discussão entre Gilson e Johnny dentro do supermercado. Há relatos de que ambos são vizinhos há vários anos e acumulam um histórico de desentendimentos, com registros de ameaças anteriores. Seriam, ao menos, dez anos de tensão.
A esposa do agente estava com ele no momento do incidente e declarou à polícia que o vizinho teria voltado a provocar e ameaçar Gilson durante as compras, afirmando inclusive que o mataria.
Segundo a versão dela, mesmo após ser contido por um segurança, Johnny teria continuado avançando na direção do agente penitenciário. Pouco depois, foram ouvidos os disparos próximos à área dos caixas.
Um filho do agente também foi ouvido de forma preliminar. Ele afirmou que o vizinho do pai seria “problemático”, com desavenças constantes na vizinhança, e disse ainda acreditar que o agente atirou em legítima defesa, após sofrer agressão e ameaça.

O conflito entre os dois teria começado há cerca de dez anos, segundo o rapaz, após uma discussão envolvendo, ironicamente, uma fila de supermercado. Desde então, os atritos se repetiram e se agravaram em diferentes situações.
Conforme apurado pela reportagem, ainda não há mandado de prisão expedido contra o agente. Até o momento não foram registradas formalmente as versões referentes ao homem baleado.
Após os disparos, Gilson fugiu do local em um veículo que foi localizado minutos depois na garagem de uma casa na rua Machado de Assis. A PM esteve no imóvel, mas ele não foi encontrado.
O supermercado onde ocorreram os disparos deve entregar as imagens do circuito interno de segurança à Polícia Civil. Perícia já foi feita no local e o caso segue sob investigação. O Marília Notícia acompanha o caso.


