Diga-me com quem andas e te direi quem és
Marília, como todas as cidades brasileiras, tem passado pelo processo de Convenções Municipais Eleitorais.
Dentre outras coisas, as convenções partidárias servem para que os filiados de cada partido, aptos a votar, decidam colegiadamente sobre as Coligações para a eleição majoritária – aquela que define os apoios para as candidaturas a prefeito(a) e vice, e quais partidos.
Também decidem sobre as Coligações proporcionais – aquelas que decidem sobre os partidos que lançarão conjuntamente seus (suas) candidatos (as) a vereador (a), dentro do limite de pré-candidaturas por coligação. Em Marília são 20 candidatos por coligação proporcional.
Esse é um momento para que os eleitores saibam qual partido esta com qual partido, quem está com quem e quem, entre os observadores, apoia quem.
No jargão popular, diria que as Convenções Eleitorais é a hora de mostrar aos eleitores “Diga-me com quem andas e te direi quem és!”
Nesse caso, um ponto de comparação entre as candidaturas concorrentes é observar a composição da mesa principal da Convenção dos partidos com base em princípios éticos e morais.
“Quem estão lá são pessoas de princípios? Valem a minha confiança? São Ficha Limpa?”, deveria se perguntar o eleitor.
Outro ponto de comparação pode ser ideológico. “Quem estão lá na mesa principal defendem as mesmas causas que eu, levantam as mesmas bandeiras? Desenvolvimento, direitos civis, minorias, mulheres, juventude etc.”, deveria se perguntar o eleitor.
Já um outro ponto de comparação é mais fisiológico, para usar o jargão político. “Quem está lá pode me arrumar um cargo comissionado, uma boquinha? Pode ‘dar um jeito’ na minha conta de água ou no meu IPTU?”, deveria se perguntar o eleitor.
O mesmo pode ser dito dos candidatos, ao compararem os eleitores.
Os candidatos comparam os eleitores com base em princípios éticos e morais. “Quem vai votar em mim são pessoas de princípios? Valem a minha confiança? São pessoas honestas?”, deveria se perguntar o candidato.
Outro ponto de comparação pode ser ideológico. “Quem vai votar em mim vota pela defesa das causas que eu levanto?”, deveria se perguntar o candidato.
Já um outro ponto de comparação é mais fisiológico. “Quem vai votar em mim quer arrumar um cargo comissionado, uma boquinha? Espera que eu ‘dê um jeito’ na sua conta de água ou no seu IPTU?”, deveria se perguntar o candidato.
Na comparação de eleitores sobre candidatos e de candidatos sobre eleitores, no final das contas, pela maioria democrática, cada cidade tem, sim, o governante que merece.
Seja por princípio ético ou moral, por ideologia ou por fisiologismo, o velho ditado “Diga-me com quem andas e te direi quem és!” serve para nós e pra eles.
Disso tudo, uma coisa é certa. Para pegar o gancho foucaultiano, por alguém seremos governados, mas temos a obrigação de participar democraticamente do modo como queremos ser governados.