Empresa ganha licitação do asfalto por R$ 12,3 milhões em Marília
A Prefeitura publicou na edição do Diário Oficial do Município de Marília (Domm) a ata de julgamento e habilitação do edital nº 005/2024, que valida proposta da empresa KLM Construção de Rodovias, no valor de R$ 12.399.999,87, para recuperação do recapeamento asfáltico na cidade.
De acordo com a ata, o objeto do contrato abrange o serviço de engenharia comum com a contratação da empresa especializada para o fornecimento de material e mão de obra para o recapeamento asfáltico de diversas ruas do município.
A KLM ficou em segundo lugar entre as propostas financeiras apresentadas no certame, mas venceu o processo porque atendeu todas as exigências técnicas apontadas no edital. “Com base nas exigências do edital e seus anexos, a documentação foi analisada pelo pregoeiro que contou com auxilio técnico da engenharia e de analista contábil da Prefeitura. Após analises, o pregoeiro julgou habilitar a licitante KLM Construção de Rodovias por ter apresentado toda a documentação exigida”, consta no documento publicado hoje.
Os recursos do edital são originados de repasse do Governo do Estado e vão ser aplicados no recapeamento de vias públicas estratégicas abrangendo todas as regiões da cidade. A Prefeitura ainda não definiu a lista de ruas.
Como já divulgado pelo Marília Notícia, a proposta habilitada prevê a aplicação do Reclaimed Asphalt Pavement (RAP), também conhecido como asfalto reciclado, é um material composto por asfalto retirado de pavimentos existentes e reutilizado em novas misturas asfálticas. Quando estradas antigas são recapeadas ou reconstruídas, o asfalto removido é moído e processado para criar o RAP.
Esse processo de reciclagem ajuda a conservar recursos naturais, reduzir custos e diminuir o desperdício associado à construção e manutenção de estradas. Além disso, o uso de RAP pode melhorar as propriedades mecânicas das novas misturas asfálticas, contribuindo para estradas mais duráveis e sustentáveis.
Mas vale ressaltar que o desempenho do RAP pode variar dependendo da qualidade e da porcentagem de material reciclado utilizado. Em alguns casos, o RAP pode não ser tão durável quanto o asfalto convencional, especialmente se não for processado adequadamente. No entanto, com as técnicas de processamento corretas, o RAP pode atender ou até mesmo superar o desempenho do asfalto convencional.
POLÊMICA
A contratação da empresa gerou semanas atrás um embate entre o governo do prefeito Daniel Alonso (PL) e o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nascimento (Republicanos).
O caso ganhou repercussão no início do mês, após requerimento apresentado por Nascimento, questionando a administração municipal sobre o processo. O vereador afirmou existir suspeita na lisura do processo, uma vez que a KLM é um braço da Kapa, uma das empresas que patrocinou recentemente o Marília Atlético Clube (MAC), presidido pelo prefeito de Marília.
Nascimento afirmou na tribuna da Câmara que houve exigência desnecessária no edital da utilização do Reclaimed Asfalt Paviment (RAP) e pediu explicações sobre a escolha. Para o vereador, o asfalto convencional em tese teria características técnicas superiores ao RAP.
Na tribuna, Nascimento alegou sequer conhecer a empresa que havia vencido a licitação com o menor preço, no entanto, o Marília Notícia apurou que o presidente da Câmara foi visto um dia após a cobrança almoçando em uma churrascaria, no Centro de Marília, com um suposto lobista da empresa superada no pregão. O homem com quem Nascimento estava reunido seria dono de uma outra empresa e teria, supostamente, negócios com a construtora que foi desabilitada no processo.
A concorrência pública 5/2024 foi realizada no dia 16 de abril. Seis empresas estiveram envolvidas no processo, e durante o leilão presencial, a construtora Oliveira Corrêa se destacou ao oferecer a menor proposta, no valor de R$ 12,3 milhões. Em segundo lugar, a KLM Construção de Rodovias apresentou uma oferta próxima, totalizando R$ 12,4 milhões.