Viúva que traia PM morto é hostilizada nas redes sociais
Os amigos estranharam quando Jaime Damião Mariano Pavel faltou ao compromisso sagrado de toda terça-feira, a pelada num campinho em São João de Meriti. Mas, em vez de jogar bola, o ex-policial militar, que ganhava ultimamente a vida como taxista, preferiu tentar resolver as pendências em outro campo — o amoroso.
Desconfiado de que estava sendo enganado pela mulher, ele seguiu a professora Thaís Santanna quando ela saiu de casa, alegando que iria para a faculdade. Viu o momento em que ela entrou no Sherazzade, um motel em Irajá, bem perto do apartamento que o casal dividia. E, apesar de ser descrito como explosivo, teve o sangue-frio de esperar que a traição se concretizasse.
Quando Thaís saiu do prédio, acompanhada por Leonardo Cabral, Jaime se aproximou. Estava armado e colérico. Gritou para o rival: “Perdeu! Não corre!” O que ele provavelmente não contava era que o amante de Thaís tinha também uma pistola — Leonardo é policial civil, agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Não se sabe quem atirou primeiro. E Thaís não poderá esclarecer como começou o duelo: assim que viu marido e amante frente a frente, a professora tratou de correr para dentro do Sherazzade, de onde só saiu, escoltada por PMs, depois de terminado o tiroteio entre os dois homens, que assustou moradores da região e teve baixas nos dois lados. Atingido na coxa, na mão e na altura da clavícula, Jaime, de 30 anos, foi socorrido, mas morreu no Hospital Getúlio Vargas. Ferido na cintura, Leonardo, de 41, foi levado para o mesmo hospital e passou por uma cirurgia. Segundo a Secretaria de Saúde, seu quadro é estável.
Críticas nas redes sociais
Não se sabe se Thaís estava mantendo um relacionamento paralelo com Leonardo ou se o encontro da última terça-feira foi um revival. Ela prestou depoimento na Delegacia de Homicídios. Muito abalada, a professora, que dá aulas numa escola primária, terá que lidar agora com a morte do marido, o ferimento do amante e o julgamento nas redes sociais.
Este já começou: na página de Jaime no Facebook, Thaís é chamada de “safada” e “vagabunda”. Uma amiga do policial escreveu também sobre a situação do filho do casal: “A criança agora, por causa dessa safada, não terá o pai ao lado. Se o relacionamento não estava bem, por que não pediu separação, ao invés de casar novamente?”.
Jaime será enterrado nesta quinta-feira, no Cemitério de Irajá. Amigos dele dizem que Thaís será proibida pelos pais da vítima de comparecer ao sepultamento, que deverá ter a presença de muitos policiais do 2º BPM e da UPP do Lins, onde Jaime atuou entre 2013 e 2014.
Fonte: O Globo