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Entrevista da Semana
dom. 11 fev. 2024
ENTREVISTA DA SEMANA

Com vida voltada à aviação, João Victor Mendes projeta os 100 anos do Aeroclube de Marília

Diretor social do Aeroclube de Marília conta que teve o primeiro desejo de voar aos três anos de idade; ele é o entrevistado da semana.
por Gustavo César
João Victor é piloto e diretor social do aeroclube da cidade (Foto: Gustavo César/Marília Notícia)

“Marília na Campanha Nacional de Aviação Civil”, diz registro de Santos Dumont em aeronave chamada de “Ypiranguinha”, que foi doada para o Aeroclube de Marília, espaço que inspira e inspirou milhares de jovens para a profissão de pilotagem desde os anos 40.

O piloto da cidade João Victor Mendes, de 31 anos, é o entrevistado da semana do Marília Notícia e revela o motivo de Marília ter sido o “berço” da companhia aérea LATAM, a antiga TAM – fundada com o nome Táxi Aéreo de Marília.

Também formado em Administração, João Victor é diretor social do Aeroclube, que vai comemorar 84 anos de fundação no próximo domingo (18). Entre as principais atividades, o curso de Pilotagem já formou mais de mil alunos em Marília e, para os 100 anos de história, João Victor projeta intensificar a formação na cidade.

O mariliense iniciou seu amor na aviação aos três anos de idade e destaca que não tem medo de altura, pelo contrário, “a altura tem medo dele”. Ele traz informações sobre o aeroclube nunca antes divulgadas na imprensa.

***

MN – Como surgiu o Aeroclube de Marília?

J. VICTOR – A associação foi fundada em 1940 e, na época, o governo brasileiro tinha um programa de incentivo para formação de pilotos – período em que surgiram diversos aeroclubes no país. O nosso aeroclube [de Marília] foi um dos primeiros.

MN – As atividades estão atreladas ao aeroporto local?

J. VICTOR – O aeroclube surgiu antes do aeroporto, porque a área em que estamos localizados era chamada de Campo de Aviação, terreno doado pelo pioneiro Bento de Abreu Sampaio Vidal. Depois de um tempo, o espaço se tornou de fato um aeroporto e passou a ser explorado comercialmente. O aeroclube chegou aqui antes da área ser agrupada.

MN – Quais são os projetos em andamento atualmente?

J. VICTOR – O aeroclube oferece cursos de pilotagem. Qualquer pessoa que queira voar por hobby ou profissionalmente pode obter sua licença. Nosso curso abrange os conhecimentos de voo em planador ou avião, basta o aluno escolher.

Paixão por aviões começou na infância (Foto: Divulgação)

MN – O que te motivou para ser piloto?

J. VICTOR –  Sempre gostei, assim como é o caso de muitas crianças. Geralmente, a gente brinca que aviação é uma profissão sempre vocacional, porque o sonho vem desde a infância, como foi comigo. Descobri o Aeroclube de Marília por volta dos três anos de idade, quando dava meus primeiros passos.

MN – Você nunca teve medo de altura?

J. VICTOR – Não, acho que pelo contrário, sempre me dá vontade de voar e de conquistar os céus.

MN – As aeronaves são mais seguras que os veículos terrestres?

J. VICTOR – Com certeza, por alguns motivos, pois a formação de um aviador é bastante rigorosa. O treinamento pelo qual o aviador ou piloto passa é bastante crítico. Um outro motivo é pela questão de manutenções, que são feitas por tempo e horas de voo. É diferente de um carro, que você pode sair dirigindo com o pneu careca e acabar não levando multa. Já se a aeronave não estiver com sua manutenção em dia, o certificado do avião é cancelado. E também com a evolução dos sistemas tecnológicos para voo, a segurança ficou ainda maior.

Aeroclube de Marília possui dez planadores para voo de lazer (Foto: Divulgação)

MN – Marília tem bons pilotos? Quantos alunos foram formados pelo aeroclube?

J. VICTOR – Nosso aeroclube já formou mais de mil pilotos nesses 84 anos de história. Não só pilotos como comissários de voo formados com a gente. Os formandos voam hoje o mundo inteiro, por meio de diversas companhias aéreas e aeronaves executivas.

MN – Por que a empresa Táxi Aéreo de Marília (TAM) saiu da cidade?

J. VICTOR – A história da empresa TAM nasceu dentro do Aeroclube de Marília e era considerada na época uma associação de pilotos. Cada piloto tinha sua aeronave para prestar serviço de táxi aéreo, porque nos anos 40 o acesso pelas estradas na região era difícil, complicado para viagens terrestres. Por exemplo, os compradores de café que vinham de São Paulo para nossa região viajavam com auxílio do táxi aéreo. A partir desta necessidade de voo na ocasião, esses pilotos se juntaram e fundaram a TAM. Na sequência, alguns anos depois, a empresa é vendida. Hoje, a companhia chama Latam e é sucesso mundial.

MN – Você é o responsável direto pelos eventos sociais do Aeroclube. Qual a finalidade?

J. VICTOR – O Aeroclube de Marília sempre foi uma instituição sem fins lucrativos e mantida por voluntários. Então, nossa associação depende muito de doações e dos próprios associados para manter o funcionamento das atividades. Temos diversos projetos de restauração de aeronaves históricas, como por exemplo, o ‘Ypiranguinha’, aeronave doada pela família de Santos Dumont que tinha a indústria Ypiranga. Nesta aeronave, Dumont registra Marília como fundamental para a ‘Campanha Nacional da Aviação Civil’. Isto nos inspira, pois o Aeroclube tem um papel social e relevante na cidade, porque muitas vezes as pessoas veem a aviação como algo caro, só para ricos e difícil de ser acessado. Nossa instituição é a porta de entrada para qualquer pessoa, independente de classe social, gênero ou patamar financeiro. Qualquer pessoa pode fazer o curso de piloto.

Exclusivo: uma das peças do ‘Ypiranguinha’, aeronave doada pela família de Dumont (Foto: Divulgação)

MN – O Aeroclube possui planadores, aeronaves sem motor. O público de Marília pode voar?

J. VICTOR – Sim. O voo de planador é muito gostoso, porque é a sensação mais próxima que você pode chegar do voo de um pássaro. É um voo silencioso por não ter motor. É agradável e com um visual bonito, bem diferente de voar em companhia aérea ou aviões menores, por exemplo. O planador é rebocado por outra aeronave com motor através de uma corda até uma altura de 600 metros em relação ao solo. Quando chega nesta altura, o planador se desconecta da aeronave e começa o voo planado. Em dias mais quentes, conseguimos ganhar uma altura maior e ascender para até 1.500 metros de altura. A altura é nosso combustível.

MN – Como participar do voo? É só entrar em contato com você?

J. VICTOR – Esse tipo de voo acontece aos finais de semana para quem quiser participar e conhecer. O Aeroclube está localizado anexo ao saguão do terminal de passageiros do Aeroporto Estadual Frank Miloye Milenkovich, na avenida Eduardo Brigadeiro Gomes. Ficamos abertos das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira. As pessoas podem entrar em contato pelo WhatsApp (14) 9 9685-8155 [clique aqui para iniciar uma conversa] ou Instagram @aeroclubedemarilia. Para voos com planadores, as pessoas precisam agendar de segunda a sexta-feira, porque esta atividade ocorre aos fins de semana mediante agendamentos.

MN – Quantas aeronaves estão sob sua responsabilidade?

J. VICTOR – Temos dez planadores, sendo um cedido pela Federação Brasileira de Voo, e seis aeronaves, além de quatro aviões em processo de restauração.

Aeronave ‘Ypiranguinha’ está sob posse da Revoar, cedida pela Fundação Santos Dumont (Foto: Divulgação)

MN – O Aeroclube também atua na parte mecânica dos aviões?

J. VICTOR – O aeroclube não é uma oficina homologada, mas em caso de manutenção, contamos com o apoio da Oficina Marília de Aviação (OMA), que é referência nacional e atende do lado do aeroporto. O Aeroclube de Marília apoia diversos projetos de restauração de aeronaves antigas e busca, junto à Associação de Restauro de Aeronaves (Revoar), a recuperação do ‘Ypiranguinha’, de propriedade da Fundação Santos Dumont. As tratativas para recuperação da mesma estão em andamento e envolverão ambas as entidades. A intenção é que o avião fique em Marília para ser apreciado por todos.

MN – Quantos associados fazem parte da instituição?

J. VICTOR – São 40 associados, sendo 20 diretores em diversas áreas técnicas. Todos voluntários.

MN – O Aeroclube de Marília vai comemorar 84 anos de história em 2024?

J. VICTOR – Exato. No próximo dia 18 de fevereiro, celebramos o aniversário de fundação, ocasião em que vamos entregar o prêmio da nossa rifa, que é um Fusca com certificado original de 1970, reformado e com placa preta. É a segunda vez que realizamos uma campanha social para arrecadar fundos para nossa instituição.

Um dos planadores do aeroclube para instrução (Foto: Gustavo César/Marília Notícia)

MN – Para finalizar, você que é jovem ainda, qual sua projeção para os 100 anos de história do Aeroclube?

J. VICTOR – A nossa contribuição é muito importante para honrar o trabalho de todos que passaram por aqui. Não foi eu ou a atual diretoria que trouxe o Aeroclube até os 84 anos, e sim todas as pessoas que ajudaram a manter esta história brilhante até hoje. Quero honrá-los. A aviação no Brasil é de extrema importância e atualmente existe uma falta de pilotos dentro das companhias aéreas, que continuam contratando bastante. Minha projeção é que dentro da formação de novos pilotos, a demanda de nosso curso possa crescer ainda mais. Sendo assim, queremos contribuir para esse futuro da aviação brasileira, com qualidade e de maneira democrática, permitindo que qualquer pessoa, independente de classe social, possa ter essa oportunidade.

Aeroclube fica na avenida Eduardo Brigadeiro Gomes, ao lado do aeroporto (Foto: Gustavo César/Marília Notícia)

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