Pesquisa vai avaliar situação educacional de famílias assentadas da região
Assentamentos de 14 municípios da região centro-oeste do Estado de São Paulo passarão por um censo socioeconômico e educacional em 2024 e 2025. No total, são 1.884 famílias.
A pesquisa será conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e foi selecionada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em edital do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas. O projeto receberá financiamento de aproximadamente R$ 400 mil.
Os 14 municípios abrangidos pelo censo, onde existem 19 assentamentos federais, são Avaí, Bauru, Bocaina, Borebi, Cabrália Paulista, Cafelândia, Gália, Getulina, Guarantã, Paulistânia, Pirajuí, Piratininga, Presidente Alves e Promissão.
De acordo com o professor Vitor Machado, do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Unesp, campus de Bauru, o objetivo do censo é auxiliar o Incra no aperfeiçoamento de políticas públicas existentes, como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) ou mesmo na criação de novas políticas que atendam as necessidades do campo.
Com o resultado, serão produzidos um banco de dados e uma cartilha, que vai ser distribuída nos assentamentos. Os dados também ficarão à disposição de pesquisadores.
Participam do projeto professores da Unesp de Araraquara, Bauru, Marília e São José do Rio Preto, e também da Escola Técnica de Cabrália Paulista.
Machado explica que a pesquisa foi motivada pela preocupação com a realidade da educação no campo.
Em 25 anos, foram fechadas 84.842 escolas no meio rural em todo o país. Os dados do Censo Escolar e do Censo da Educação Básica sugerem um processo de fechamento de escolas em anos mais recentes: foram 9.945 entre 2014 e 2018.
Entre 2016 e 2018, o fechamento de escolas do campo ultrapassou o de escolas urbanas – foram 7.742 escolas fechadas na zona rural e 5.490 no meio urbano.
Outro dado preocupante é a queda no número de matrículas no meio rural. Em 2018, havia 899.544 crianças matriculadas no campo e, em 2020, 895.413, ou seja, 4.131 a menos.
Além disso, o professor aponta que as escolas rurais enfrentam muitas dificuldades. E mesmo quando é oferecido o transporte para garantir o acesso às escolas urbanas, isso não é suficiente para assegurar o rendimento escolar.
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