Entregadores de aplicativo agendam nova paralisação
Pelo menos 100 motociclistas que prestam serviço de entrega ao aplicativo iFood participaram de paralisação realizada no último sábado (14). A convocação foi feita pelas redes sociais e por grupos de aplicativos de mensagem. Uma nova manifestação já é discutida entre a categoria.
A maior concentração ocorreu em um posto de combustíveis na avenida Tiradentes. Os motoboys cobram da empresa a disponibilidade de um local de apoio com água e banheiro, além de promoções e incentivos para as entregas do fim de semana.
Entregadores ouvidos pelo MN, na condição de anonimato, por receio de represálias, informaram ter comunicado diretamente a presidência do iFood sobre a manifestação pelo Instagram.
“Iremos fazer outra greve dentro de 15 a 20 dias se o iFood não nos repassar uma nota a respeito das reivindicações que pedimos”, informou uma liderança ao MN. A eventual nova paralisação seria no sábado e domingo.
Procurado, o iFood informou ao MN , em nota, que “respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores” e que “desde 2019” tem trabalhado “na construção de espaços recorrentes e permanentes de escuta e melhoria constante”.
“Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, temos nos dedicado na criação de uma agenda sólida e perene de diálogo com os trabalhadores e representantes da categoria para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e mais transparência para estes profissionais”, informou o iFood.
O ato do último sábado (14) mobilizou apenas um terço dos cerca de 300 entregadores cadastrados no iFood em Marília. Não há uma entidade associativa ou sindical que represente a categoria na cidade, segundo entregadores ouvidos pela reportagem.
A jornada de trabalho dos entregadores chega a 12 horas por dia, com folga não garantida aos fins de semana. A categoria informou que o movimento teve “amplo apoio” das empresas vinculadas ao aplicativo.
Apesar da paralisação, as entregas foram feitas normalmente, segundo informou ao MN o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Marília e Região (Sinhores). “Não tivemos nenhum relato nos grupos de restaurantes, pizzarias e lanchonetes”, afirmou o presidente Sinval Grupo.