Justiça marca júri de ex-PM acusado de executar homem em Ourinhos
A Justiça marcou para novembro o júri do ex-policial militar Alexandre David Zanete, acusado de executar Murilo Henrique Junqueira, de 26 anos, em setembro de 2021, na Vila Operária, em Ourinhos (distante 95 quilômetros de Marília).
Imagens de uma câmera de segurança registraram a ação policial e o momento em que a vítima é atingida por disparos de arma de fogo, mesmo depois de ter se rendido.
De acordo com a decisão da Justiça, o júri do ex-subtenente da PM acontecerá a partir das 13h, no dia 30 de novembro, no Fórum de Ourinhos. Zanete foi expulso da Polícia Militar (PM) e responde ao processo em liberdade.
ENTENDA
O caso aconteceu às 18h30 do dia 20 de setembro de 2021, na rua Elvira Ribeiro de Moraes. A Polícia Civil foi acionada com a informação de troca de tiros entre a equipe da Força Tática com um foragido da Justiça.
Segundo os policiais envolvidos na ocorrência, contra Murilo havia um mandado de prisão expedido pela Vara Criminal de Jacarezinho.
A PM teria recebido a informação de que o foragido estaria escondido na rua Moacir Cassiolato, no Parque Minas Gerais. Policiais se deslocaram até o endereço na tentativa de efetivar a captura.
Os militares relataram que estacionaram a viatura nas proximidades, desembarcaram, se aproximaram do imóvel, e se depararam com o jovem no portão.
Ao perceber a presença dos PMs, o rapaz fugiu no sentido da NEI Benedita Fernandes Cury, desceu por um terreno baldio, ao lado da escola, sentido a rua Mario Antônio Bacili.
Três policiais o perseguiram, a pé, enquanto dois retornaram para a viatura para tentar cercar o homem. Murilo alcançou uma viela que liga rua Mário Antônio Bacili com a rua Elvira Ribeiro de Moraes e, no final dela, se deparou com a viatura. Os militares desembarcaram e deram a ordem de parada.
A vítima então foi cercada em um terreno baldio e se rendeu, colocando as duas mãos na cabeça. Zanete então efetuou os disparos que tiraram a vida de Murilo.
Os policiais afirmaram que ele reagiu e que teria sacado uma arma de fogo da cintura, mas as imagens de uma câmera de segurança desmentiram a versão dos militares, que foram presos no dia seguinte.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, conduziu o homem até a Santa Casa, onde não resistiu e morreu. Ele teria levado ao menos três tiros.