Polícia Civil instaura inquérito para apurar morte de Catarina
Foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) o número do inquérito policial que investiga a morte da estudante Catarina Torres Mercadante Leite do Canto, de 22 anos. A jovem morreu no último domingo (29) depois de sofrer um acidente entre dois veículos na rodovia Rachid Rayes (SP-333), em Echaporã. Luís Paulo Machado de Almeida, de 20 anos, é suspeito de ter provocado a colisão por supostamente trafegar em alta velocidade e realizar uma ultrapassagem em local proibido.
O inquérito policial foi instaurado no dia 30 de janeiro pela Delegacia da Polícia Civil de Echaporã, que apura o caso. O processo tramita na 1ª Vara da Justiça de Assis.
O advogado Vinícius Magalhães, que defende o acusado, conta que acompanhou Luís durante sua apresentação para a Polícia Civil. O acusado se reservou no direito de se pronunciar somente em juízo, pois segundo o defensor, encontra-se extremamente abalado com o acidente.
“Acredito que qualquer pessoa em situação análoga estaria na mesma situação. A defesa entende que o Luís precisa se recuperar para conseguir falar sobre os fatos. Estamos aguardando as investigações. Quanto às diligências e providências que vamos requisitar à autoridade policial, preferimos no momento manter o sigilo”, afirma o advogado ao Marília Notícia.
No dia do acidente, Luís Paulo Machado de Almeida teria dito aos policiais que cochilou ao volante. O advogado foi questionado sobre a versão apresentada pelo cliente e o vídeo que circulou em todas as redes sociais.
“Referente a esta versão, Luís estava em estado de choque, tanto é que foi encaminhado imediatamente ao hospital local. Com relação ao vídeo, estamos aguardando a perícia para nos pronunciarmos. No momento, a defesa não irá se pronunciar sobre a tese sobre o acidente”, pontua Magalhães.
O advogado diz que o condutor da caminhonete também fez parte do acidente e estaria abalado pelo ocorrido. Sobre as manifestações pedindo por Justiça e pela prisão do cliente, o defensor afirma que exigir a prisão seria uma antecipação de pena.
“De acordo com nossa legislação penal, não estão presentes os requisitos autorizadores para uma prisão preventiva. O Luís se apresentou espontaneamente na delegacia e vem colaborando com as investigações. Tanto o meu escritório quanto a família do meu cliente e principalmente o Luís lamentamos profundamente o ocorrido. Afinal, ninguém, nem mesmo o Luís, imaginaria que sairia a trabalho e se envolveria em um acidente veicular. Que Deus conforte o coração de todas as pessoas”, finaliza o advogado ao MN.
CASO
Catarina Torres Mercadante Leite do Canto, de 22 anos, morreu em um acidente na noite deste domingo (29), na Rodovia Rachid Rayes (SP-333), em Echaporã (distante 40 quilômetros de Marília).
A batida aconteceu por volta das 19h30, no quilômetro 365 da rodovia. A Polícia Militar Rodoviária (PMR) foi acionada e localizou dois veículos – um Chevrolet S10 e um Volkswagen Polo – que tinham colidido de frente.
Equipes de resgate e da concessionária que administra a via já estavam no local. Catarina conduzia o Polo e o óbito foi constatado pela médica socorrista.
O corpo da jovem ficou preso nas ferragens e foi necessário que o Corpo de Bombeiros fizesse a retirada. O condutor da S10, de 20 anos, estava consciente e recebeu os primeiros socorros da concessionária.
Segundo a polícia, questionado, o condutor teria informado que conduzia a S10 no sentido de Marília a Assis e que estava cansado, pois dirigia desde a cidade de Guará sem paradas, com destino a Londrina/PR. O jovem ainda teria afirmado aos policiais que cochilou e bateu de frente com o Polo.
VÍDEO
Um vídeo que supostamente mostra o momento do acidente que matou a jovem Catarina causou indignação da população de Marília e região. Nas imagens é possível ver que uma caminhonete S10 passa em alta velocidade e ultrapassa veículos em trecho de pista simples e com ultrapassagem proibida.
Momentos depois já é possível ver um veículo à frente do que gravava, sinalizando com o pisca alerta e reduzindo a velocidade. Em seguida, as imagens já mostram parte do acidente.
A Polícia Civil não confirmou ao Marília Notícia que o vídeo seja realmente do momento do acidente e irá abrir uma investigação para utilizar as imagens como possíveis provas no processo.
FAMÍLIA PEDE POR JUSTIÇA
O perfil @justicaporcatarinamercadante foi criado no Instagram para sensibilizar as pessoas e pressionar as autoridades.
A página afirma que a colisão frontal “não foi acidente, foi crime” e usa a hashtag #justiçaporCatarinaMercadante. Diversas pessoas têm compartilhado o apelo.
O movimento teve início após a divulgação do vídeo que supostamente mostra o momento do acidente. A imagem causou indignação.