Crianças: dicas de brincadeiras em cada idade para tirar seu filho do celular
Durante as férias, entreter as crianças em casa – especialmente as menorzinhas – pode ser um desafio e tanto. Para ajudar os pais, convidamos a brinquedista Patrícia Marinho, especialista em desenvolvimento infantil e cofundadora do projeto Tempojunto, que busca ajudar famílias no desenvolvimento infantil por meio da brincadeira, para dar algumas dicas.
“Brincar vai além dos brinquedos”, afirma. “Os brinquedos são importantes, mas há outras formas de brincar ampliando o universo da criança, com mais criatividade e trazendo novo olhar para os brinquedos.” Confira a seguir as dicas de Patrícia por faixa etária:
Brincadeiras de 0 e 2 anos
Antes de aprender a falar ou andar, as crianças utilizam-se de aspectos sensoriais para descobrir o mundo. “É como se a criança fosse um cientista”, define Patrícia Marinho, brinquedista, especialista em desenvolvimento infantil e cofundadora do projeto Tempojunto, que busca ajudar famílias no desenvolvimento infantil por meio da brincadeira.
Segundo a especialista, o mais recomendado para essa faixa etária são as brincadeiras que permitam à criança trabalhar com o sensorial, como brincar de cesto dos tesouros. “É preciso juntar objetos da casa que não sejam brinquedos. Pode ser uma colher de pau, pedaços de tecido ou um chaveiro, mas precisam ser seguros”, descreve. “A criança vai brincar de interagir com esses objetos e vai ficar entretida por um bom período de tempo ”
Brincadeiras de 3 a 5 anos
Em geral, a partir dessa faixa etária as crianças têm uma coordenação motora melhor desenvolvida e que permite outros tipos de atividades, como aquelas que exigem mais movimentos e envolvem a imaginação.
“O recomendado é criar condições para a criança explorar a casa ou transformar o ambiente para ela trabalhar com a imaginação”, indica Patrícia. E não faltam opções de brincadeiras nesse sentido. Um tecido cobrindo a mesa pode se tornar uma cabana, um tapete enrolado vira um túnel para a criança atravessar e almofadas colocadas no chão podem ser um pula pula. “É transformar o ambiente para a criança interagir com os objetos de outra forma.”
Outra brincadeira que costuma divertir as crianças nessa faixa etária é o circuito de obstáculos. E é bem simples de fazer dentro de casa. “Com cadeiras, almofadas e outros objetos, o adulto pode pedir para a criança executar determinado percurso: atravessar por baixo das cadeiras, contornar almofadas ou passar por cima do sofá.”
Brincar de contar histórias também é uma ótima atividade e há várias formas de fazer isso. O adulto pode começar uma história e pedir para a criança continuar, pedir para ela fazer um desenho de uma história que ela goste ou simplesmente utilizar tecidos e jornais para que ela brinque com a imaginação. “A criança pode fazer uma capa com o tecido e brincar de super-herói ou pode imaginar que o tecido no chão é o mar que ela tem de atravessar”, diz.
Brincadeiras a partir dos 6 anos
Nessa faixa etária, a criança já domina melhor o corpo e consegue passar mais tempo dedicada em uma mesma atividade. E pais, responsáveis e cuidadores podem explorar essa característica para realizar outros tipos de brincadeiras.
Uma brincadeira interessante, conforme sugere Patrícia, é a da caixa com sucatas, em que a criança precisa usar a imaginação para criar coisas diferentes com determinados materiais. Ela pode fazer um foguete com uma garrafa de plástico, um binóculo com rolos de papel higiênico ou um caminhão feito com caixa de leite e tampas de garrafas. “O adulto está ali apenas para propor a brincadeira. É necessário deixar a criança livre para brincar como ela quiser.”
Outra opção é a escavação paleontológica. O adulto pode colocar animais de brinquedo – se for dinossauros a brincadeira fica ainda mais divertida – em um recipiente com água e levar ao congelador. Depois, o desafio da criança é fazer a “escavação” desse brinquedo utilizando um martelo de cozinha, um borrifador com água quente ou colocar sal para derreter o gelo.
Brincar de caça as cores é outra recomendação da brinquedista. O adulto pode definir uma cor, como azul, vermelho ou amarelo, e a criança vai ter que procurar objetos dessas cores pela casa. “A brincadeira pode ser contra o tempo para ver quem encontra os objetos mais rápido ou usar o tempo a seu favor para ver quem encontra mais objetos de determinada cor.”
Dicas para brincar com as crianças no dia a dia
Dê situações para a criança resolver. Em vez de apresentar as soluções para determinado problema, como montar um quebra-cabeça, é mais indicado deixar com que a criança descubra sozinha como resolvê-lo. Dessa forma, a criança é estimulada a lidar com desafios por conta própria.
Não existe certo ou errado. Ao brincar com uma criança, é importante evitar palavras como “certo” e “errado”, visto que elas trazem uma ideia de incapacidade – o que não existe no mundo das brincadeiras. O melhor é utilizar expressões que estimulem a superação da dificuldade.
Segurança
Dentre outras, a função do adulto ao brincar com uma criança é garantir que ela esteja segura. Por isso, ao comprar um brinquedo, verifique a classificação etária indicada na embalagem e tenha certeza que é um produto certificado pelo Inmetro.
Evite comportamentos competitivos. Tentar competir mais do que as crianças é um dos comportamentos que deve ser evitado durante uma brincadeira. O papel do adulto é estimular a criança e deixar ela brincar livremente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.