Acusado assume autoria de homicídio na zona Norte
Um dos acusados de envolvimento no homicídio de Sérgio Fernando de Souza, em setembro do ano passado, na zona Norte de Marília, confessou a autoria do crime. O homem disse que estava acompanhado, mas não revelou o nome. O autônomo Danilo Inácio, de 36 anos, confessou o envolvimento no crime apenas depois de ser preso pela Polícia Civil, em seu terceiro depoimento sobre o caso.
O indiciado contou que assumiria sua parte, mas não “caguetaria” o segundo envolvido no crime. Inácio disse que a vítima estaria dando trabalho no bairro, praticando furtos e também andando pelado, na frente de crianças. Na companhia de outra pessoa, teria decidido dar um “corretivo” em Souza.
A vítima teria sido localizada na rua Américo Capelloza, sendo levada para um matagal, onde teria recebido várias pauladas. Inácio afirmou que usou um caibro para bater em Souza e acertou a cabeça da vítima. O outro envolvido nas agressões, que não teve o nome revelado no depoimento, também teria desferido golpes com um pedaço de madeira.
Souza caiu desacordado, mas segundo o acusado, a intenção não era matá-lo. Ele e o comparsa teriam arrastado a vítima até um córrego, aos fundos do matagal, onde a vítima foi deixada, sendo localizada, dias depois, quase seis quilômetros de distância.
O indiciado confesso afirmou acreditar que as fortes chuvas que caíram nos dias seguintes arrastaram o corpo até o local em que foi encontrado.
No primeiro depoimento para a Polícia Civil, no dia 11 de outubro, Danilo Inácio disse que conhecia a vítima de vista e não tinha nenhuma desavença. Contou que soube pela internet que familiares de Souza o procuravam, sabendo posteriormente sobre o encontro de seu corpo, mas negou qualquer envolvimento.
Em novo depoimento, no dia 13 de novembro, Inácio contou que Souza estava trazendo transtorno aos moradores, em situação insustentável. Ele disse, na ocasião, que viu um rapaz discutindo com a vítima, que teria corrido em direção a um riacho, próximo ao desfiladeiro, negando novamente participação no assassinato.
O homem foi preso por policiais civis no dia 28 de dezembro, às 7h, em imóvel na rua Leonor Mazali, no Jardim Santa Antonieta. Levado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), na presença do advogado, apenas no terceiro depoimento, finalmente confessou o crime, mas disse que os demais investigados não teriam participado da morte.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com informações da Polícia Civil, entre a noite do dia 17 e madrugada do dia 18 de setembro do ano passado, Souza teria desaparecido, pela rua Américo Capelozza, zona norte de Marília, área de intenso tráfico e consumo de entorpecentes.
As primeiras informações davam conta que Sérgio Fernando de Souza teria sido agredido na referida via por várias pessoas e seu corpo jogado às margens de um riacho, próximo de um desfiladeiro.
Buscas foram realizadas pelos policiais, mas o corpo da vítima só foi encontrado por familiares no dia 22 de setembro, já em avançado estado de decomposição, em uma propriedade rural. O corpo teria sido arrastado pela ação da água, devido às fortes chuvas da época, por uma distância aproximada de seis quilômetros, do local do crime até o local onde foi localizado.
Algumas pessoas entrevistadas pelos policiais civis da DIG não se dispuseram a prestar depoimento formal, diante da motivação do crime, da extrema violência dos fatos e por receio com a segurança pessoal.
Os responsáveis pelo tráfico no local teriam espalhado que a morte da vítima serviria de exemplo para que outros usuários não causassem problemas aos vendedores de entorpecentes daquela região.
Segundo a Polícia Civil, após diversas diligências, foi apurado que Leandro Fernandes Valentim, de 31 anos, mais conhecido como “Frango”, que dias antes do desaparecimento da vítima havia dado uma surra em Souza, teria determinado seu assassinato.
O crime teria ocorrido com a participação de Danilo Inácio, de 36 anos; Marlon Henrique Correa de Souza, de 20 anos; João Marcos Munhoz dos Santos, de 18 anos; e Jonatas da Silva Araújo, de 18 anos. Os acusados tiveram suas prisões temporárias decretadas no curso do inquérito policial, sendo que atualmente Leandro, Jonatas e Danilo estão presos.
João Marcos e Marlon Henrique seguem sendo procurados. O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil, que postulou pela decretação preventiva dos indiciados, que responderão processo por homicídio doloso qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, bem como por ocultação de cadáver.