Chuvas já começam a prejudicar produtores de hortifrúti em Marília
As chuvas que caíram nos últimos dias e que prometem continuar já têm provocado estragos e dificultado a vida de agricultores que trabalham com hortas em Marília. A combinação de chuva e calor é prejudicial principalmente para alfaces e brócolis. A escassez das verduras e legumes pode encarecer os preços aos consumidores.
De acordo com a agricultora Lourdes Cabral, aproximadamente 50% da plantação já foi perdida. Esse número pode aumentar ainda mais nos próximos dias, se a combinação de chuva e sol continuar intensa.
No espaço plantado em um terreno de nove mil metros na rua Henrique Dias, nos fundos da Vila Altaneira, zona Leste de Marília, a família de Lourdes tem plantação de alface americana, alface crespa, brócolis, rúcula, almeirão, cheiro verde, couve-flor, agrião e chicória.
“Por enquanto, perdemos uns 50% do que plantamos. A venda ainda não está boa. Vendemos pouco e o que está plantado vai estragando. A previsão é de chuva para os próximos dias e estamos na mão de Deus. É bom para quem tem estufa, mas para quem planta sem essa proteção, infelizmente acaba perdendo”, lamenta a agricultora.
Para o engenheiro agrônomo e professor universitário Lucas Gaion, o excesso de chuvas causa uma série de problemas para as plantações e para a gestão agrícola de uma maneira geral. O especialista destaca que a água é sempre necessária para a produção agrícola, desde que venha na quantidade e distribuição adequada.
“Temos o prejuízo direto pelo excesso. Quando temos vários dias de chuva, com a umidade do ar, as folhas ficam molhadas por muitos dias, muitas horas, favorecendo a entrada e ataque de fungos e bactérias. Essas doenças vão ocorrer em intensidade maior, justamente pela umidade exagerada. É um problema muito sério enfrentado pelos produtores”, conta Gaion.
O engenheiro agrônomo destacou que, além do prejuízo para as folhas, o excesso de chuva inviabiliza a pulverização e adubação com tratores, que poderia minimizar os problemas com doenças.
“Com o solo muito molhado, muitas operações com máquinas ficam impossibilitadas, como o manejo de trator e pulverizador na aplicação de inseticida, fungicida e fertilizante, que poderia estar programada, mas não pode ser executada”, conta o engenheiro agrônomo.
Enquanto continuar o período de chuva, combinado com o calor excessivo verificado nos últimos dias, os produtores devem continuar perdendo os hortifrútis. Isso deve aumentar o valor dos produtos nos mercados, pela falta de itens como alface e brócolis.
Além da qualidade, a alta umidade tende a diminuir a produtividade e levar a perdas, o que – por sua vez – causa prejuízos no campo, mesmo diante de possíveis altas nos preços, por conta da menor oferta.
O clima desfavorável também aumenta a necessidade de intensificação de cuidados fitossanitários preventivos e, consequentemente, amplia o custo médio de produção, que já está elevado por causa da forte valorização dos insumos.
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