Elon Musk oferece US$ 43 bilhões para comprar o Twitter
O Twitter pode estar reconsiderando a proposta de Elon Musk, presidente da Tesla, para comprar 100% da empresa. Na última semana, o bilionário ofereceu cerca de US$ 43 bilhões para se tornar o novo dono da rede social, mas o Twitter se recusou a prosseguir com as negociações.
De acordo com o jornal americano Wall Street Journal, o Twitter decidiu ver a proposta com “novos olhos” depois que Musk anunciou como faria a aquisição da empresa. Uma nova reunião entre as partes foi marcada para este domingo, 24, para reavaliar a proposta e as condições do bilionário como acionista.
Na última semana, Musk afirmou que, para tomar conta da rede social do passarinho, desembolsaria US$ 21 bilhões de sua própria fortuna, apoiado por duas cartas de compromisso do banco americano Morgan Stanley. Atualmente, a fortuna de Musk é estimada em US$ 270 bilhões. O Twitter, porém, acionou uma manobra para proteger seus ativos e o Conselho da empresa.
A manobra é conhecida como poison pill (“pílula do veneno”, em tradução literal) e trata-se de uma medida adotada por empresas que querem se proteger de ofertas de aquisições indesejadas. Na prática, a movimentação do Twitter faz com que, caso haja compra de 15% ou mais das ações da companhia no mercado aberto, sem aprovação prévia do Conselho, a parte que assumir o controle da empresa deverá pagar um valor extra aos acionistas atuais. A estratégia tem duração de um ano e deverá ser encerrada no dia 14 de abril de 2023.
Novela do ‘passarinho azul’
No início de abril, Elon Musk surpreendeu o mercado ao anunciar a compra de 9% das ações do Twitter, tornando-se o principal acionista individual da empresa. O movimento aconteceu após o empresário criticar a suposta mão pesada na moderação de conteúdo da plataforma — para ele, não é a rede social quem deve decidir sobre desinformação nem impor políticas de segurança aos usuários, visão oposta ao que defendem especialistas.
À época, a compra agradou o mercado: as ações do Twitter tiveram alta de 27% e o atual presidente executivo da plataforma, Parag Agrawal, comemorou a decisão. O fundador Jack Dorsey, que abandonou a empresa no final de 2021 para se dedicar a projetos pessoais, também elogiou a iniciativa.
Logo depois, Musk foi convidado para integrar o conselho do Twitter, cargo que, uma semana depois, ele rejeitou para então anunciar a compra integral da empresa.
“Esta é a minha oferta final e, se não for aceita, devo reconsiderar minha posição como acionista”, escreveu Musk em texto revelado em 13 de abril. “Isso não é uma ameaça. Apenas não seria um bom investimento sem as mudanças que precisam ser feitas.”
Após acionar a “poison pill”, uma série de empresas de capital privado se interessaram em entrar para o negócio — com e sem a presença de Musk na rede social.