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Marília
sex. 03 dez. 2021

‘É uma questão de esforço’, diz advogado com paralisia cerebral

por Carlos Rodrigues

Lucas Dantas é ativista pela inclusão e não vê limites para deficientes (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Em menos de uma semana, o advogado Lucas Ricci Dantas, de 32 anos, defende sua tese de doutorado. Em 20 dias, estará casado com a também advogada e sócia no escritório, Jennifer Santana.

Para o jovem profissional, que vive e trabalha em Marília, todo esforço é válido para que o homem, o profissional, o Lucas, sobressaia diante das limitações físicas.

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência – também celebrado em 3 de dezembro – o Marília Notícia destaca a história de superação que o protagonista prefere chamar de “história de uma pessoa esforçada”.

Lucas nasceu com paralisia cerebral, o que não o impediu de estudar, se graduar em Direito, concluir o mestrado e avançar para o doutorado.

A falta de coordenação motora também não foi empecilho para que ele fundasse o próprio escritório de advocacia, que reúne familiares e a futura esposa, em um grupo profissional de sucesso.

Sem abrir mão de nenhum direito sequer pela acessibilidade e a inclusão, o advogado acredita que a ideia de um “exemplo de superação” pode dar a falsa sensação de façanha inatingível, que outras pessoas não possam alcançar.

“Sempre batalhei muito. Foi difícil? Sim, claro que foi, mas me vejo como uma pessoa que se esforçou pelo que desejava. A deficiência pode até chegar junto comigo, mas nunca antes. Sou um advogado que tem uma deficiência, não um deficiente que é advogado”, ensina.

Conquista do escritório de advocacia, mestrado e doutorado; casamento é o próximo passo (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

EDUCAÇÃO

O jovem é resultado dos avanços nas políticas educacionais de inclusão. Ele conta que em 1997, quando a família se mudou para Marília, estudou por dois anos em uma classe especial.

Os pais foram favoráveis à proposta de mudança para uma classe comum, com crianças sem deficiência.

Como não escreve, Lucas passou a fazer provas orais, inclusive nas matérias de exatas. A informação tinha que ser captada e armazenada mentalmente, para que ele pudesse ter boas notas.

“Eu usava ‘xerox’ dos cadernos dos colegas para estudar. Os meus livros sempre eram antecipados, para dar tempo de fixar as informações, para fazer a mesma prova. Não é algo fácil, mas com esforço foi possível”, conta o advogado.

Nada o impediu de fazer uma prova oral e ser aprovado no vestibular do Univem, instituição com curso de Direito tradicional, onde também cursou mestrado.

Já o doutorado está sendo na tradicional Faculdade de Direito de Jacarezinho, que integra a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp).

Lucas e a noiva Jennifer Santana; nada é fácil, mas é possível (Foto: Hygor Haritov)

TRABALHO E VIDA SOCIAL

Há oito anos, Lucas exerce a advocacia, mesmo período em que namora Jennifer. No escritório que idealizou, quando decidiu ser advogado – no segundo ano do curso de Direito – ele trabalha com a noiva, a irmã e outra advogada associada.

“Eu via alguns escritórios grandes, as fachadas e ficava impressionado. Imaginava: ‘um dia vou ter um desse’. Um escritório com firma aberta, uma empresa mesmo. Foi isso que nós construímos. Eu trabalho com Direito Imobiliário e também na área da Saúde. É uma realização”, conta.

Dantas leciona sobre inclusão e faz palestras motivacionais. Acostumado a interpretar leis, ele acredita que pouco é tão relativo como os limites para o desenvolvimento de cada pessoa.

“Temos que continuar avançando na inclusão, porque as pessoas precisam acreditar que é possível se desenvolver, produzir e participar do conhecimento. Mas, para isso, é preciso que haja condições. Há um caminho longo pela frente, para assegurar educação, saúde e mobilidade, principalmente”, destaca o jovem advogado.

Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 8,4% da população brasileira acima de dois anos – o que representa 17,3 milhões de pessoas – têm algum tipo de deficiência.

Em Marília, se aplicada a proporção nacional, são pelo menos 20,3 mil pessoas que necessitam de políticas públicas para a inclusão.

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