Saiba como identificar o câncer de laringe, a doença que atingiu Lula
No mês em que se promove a campanha Julho Verde, de prevenção Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço – cujo Dia D é celebrado no dia 27 -, é importante se conscientizar sobre o câncer de laringe.
A doença ficou ‘famosa’ após atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2011.
Atinge predominantemente homens que têm acima de 40 anos e é uma das mais comuns entre as que atingem a região da cabeça e pescoço.
Em 2019, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de laringe levou 4.532 pessoas a óbito, sendo 3.985 homens e 547 mulheres. Estima-se que, no ano passado, tenham sido registrados 7.650 novos casos da doença, sendo 6.470 em homens e 1.180 em mulheres.
Dentre os principais fatores de risco estão:
- o fumo e o álcool, que aumentam em dez vezes a chance de desenvolver o câncer de laringe;
- estresse e mau uso da voz também são prejudiciais;
- excesso de gordura corporal;
- exposição a óleo de corte, amianto, poeira de madeira, de couro, cimento, cereais, têxtil, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos;
- trabalhos agrícolas e de criação de animais, além de indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete e outros podem apresentar risco aumentado.
Caso a doença se manifeste, a ocorrência pode se dar em uma das três áreas em que se divide o órgão: supraglote (acima das cordas vocais), glote (onde estão as cordas vocais) e subglote (abaixo das cordas vocais).
E para evitar que isso aconteça, a recomendação é que o paciente desenvolva hábitos saudáveis, como:
- dosar o consumo de bebidas alcoólicas e manter o peso corporal adequado;
- evitar falar muito alto e sem pausas, o que causa os chamados calos vocais.
Desta forma, é importante pontuar que os pacientes com câncer de laringe, que continuam a fumar e a beber, têm probabilidade de cura reduzida e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor na região da cabeça e pescoço. Ou seja, evitar os fatores de risco é muito importante para prevenir o desenvolvimento da doença.
Os sintomas estão diretamente ligados à localização da lesão. Assim, as pessoas acometidas com a doença podem apresentar:
- dor de garganta, principalmente durante a ingestão do alimento ou líquido;
- rouquidão;
- alteração na qualidade da voz;
- dificuldade de engolir e sensação de “caroço” na garganta;
- dificuldade para respirar ou falta de ar
- nódulo no pescoço.
A detecção precoce ainda é a melhor estratégia para possibilitar ao paciente uma maior chance de tratamento. Assim, a fase inicial da doença pode ser diagnosticada por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos em pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença ou ainda com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas, mas que pertencem a grupos com maior chance de ter a doença.
Mais Informações podem ser obtidas no CIOF do Hospital Beneficente Unimar, através dos telefones (14) 3306-2979 e (14) 2105-4697 ou no Instituto Multidisciplinar de Marília (INMULTI), pelo telefone (14) 3433-6198.
Até a próxima!
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Dr. Levy Figueiredo é médico-cirurgião especialista em cabeça e pescoço (CRM-SP 156210/RQE 81592)