Complicações da Covid aumentam drama e apelo por vaga de UTI
A falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), para casos graves de Covid-19, mobilizam as famílias nas redes sociais. Agravos que podem ocorrer à saúde, em função do vírus, tornam essa espera ainda mais angustiante.
É o caso da vendedora aposentada Elide Terezinha Garcia, de 59 anos, que está internada desde domingo (30), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da zona Norte, em leito de apoio. Ela precisa de vaga em hospital que ofereça hemodiálise, já que está com a função dos rins paralisada.
O filho, representante comercial Klauber Garcia Monteiro, de 32 anos, já buscou informações junto ao Estado e município, procurou hospitais e fez apelos nas redes sociais. A família está desesperada.
“Ela tem hipertensão, diabetes, mas nenhum problema renal. Isso foi em decorrência da Covid. Minha mãe está sendo bem cuidada na UPA e conseguiram manter a situação à base de medicamentos. Mas, para a sobrevivência dela, é necessário urgentemente essa vaga de UTI com hemodiálise”, afirma Monteiro.
Ainda conforme o filho, uma vaga chegou a surgir para que a mãe fosse transferida, mas não foi possível em função do problema específico. “Fomos informados que somente a Santa Casa em Marília tem, mas está lotada. Não tem problema se precisar levar a minha mãe para outra cidade, mas precisamos de ajuda para salvar a vida dela”, apela.
VÍRUS TRAIÇOEIRO
A Covid-19, causada pelo novo coronavírus, pode desencadear infecções secundárias e uma série de consequências ao organismo. Estudos sobre o comportamento ainda oferecem aos médicos poucas respostas.
Dona Elida começou a sentir os sintomas entre três e quatro dias antes de ser internada. O filho relata que sua irmã ligou, informando que ela estava tendo “apagões” e a febre não cessava.
“Tenho noção de enfermagem, por ter iniciado um curso superior. Logo imaginei que ela estava com falta de oxigênio. Ela chegou na UPA e já foi imediatamente intubada. Desde então, não falo com a minha mãe. É uma angústia muito grande, mas sei que ela vai sair dessa. Temos fé”, diz.
Além de Dona Elida, outras duas pessoas da família testaram positivo. Klauber e a esposa estão com sintomas e aguardam resultados de exames.
A reportagem do Marília Notícia questionou a Secretaria de Estado da Saúde, sobre a oferta de vagas com terapias específicas, como a hemodiálise. Veja nota enviada à redação, na íntegra.
“A Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) está monitorando o caso da Sra. Elide Terezinha Garcia com a finalidade de auxiliar na transferência.
Importante deixar claro que o deslocamento de pacientes a outros serviços de saúde requer quadro clínico favorável, com base em avaliação médica, e portanto não depende somente da disponibilidade de vagas. Cabe ao serviço de origem atualizar constantemente o quadro clínico do paciente e mantê-lo estável e livre de infecções para que, desta forma, a locomoção seja feita com segurança.
A Cross possui um sistema online que funciona 24 horas por dia e busca vaga disponível em serviços de saúde do SUS na região de origem do paciente com disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes.
Atendimento na região
A Secretaria de Estado da Saúde vem trabalhando junto aos municípios para garantir assistência à população e combater a pandemia. Com estes esforços, o número de UTIs no SUS de SP praticamente triplicou neste período, saltando de 3,5 mil para mais de 10 mil. Só na região de Marília, o salto foi de 14 para 162 leitos de UTI, e de 297 para 480 clínicos exclusivos para COVID-19.
Além disso, desde o ano passado a pasta já repassou ao município aproximadamente R$ 15,7 milhões especificamente para auxiliar no combate ao novo coronavírus.”