Esporte cria oportunidade e mariliense de 20 anos é vacinado nos EUA
O esporte foi o passaporte para o mariliense Heitor Tokar Ananias, de 20 anos, ter mais proteção contra o coronavírus. No momento em que a doença começa a acometer, com mais gravidade, os mais jovens, a imunização é um alívio para todos.
Revelado pelo Nikkey Clube de Marília, o atleta joga baseball no Houston Astros, que atualmente treina na ensolarada West Beach, na Flórida. Heitor já foi vacinado com o imunizante da Janssen Farmacêutica.
O mariliense chegou aos Estados Unidos no dia 4 deste mês, após isolamento na República Dominicana, sob a responsabilidade do clube norte-americano. “Foi uma quarentena mesmo. Até a comida vinha no quarto, não podia sair para nada”, conta o atleta.
Antes de chegar nos Estados Unidos, já foi informado sobre a vacinação. “Recebemos um formulário já perguntando sobre a vacina, que é facultativa. Vendo tudo que está acontecendo, tantas pessoas vítimas do vírus, não pensei duas vezes e não entendo porque algumas pessoas têm resistência”, analisa o jovem ao Marília Notícia.
A equipe de saúde foi ao próprio clube para a aplicação do imunizante, de dose única.
Heitor, filho de uma professora e um servidor público em Marília, vivia uma vida modesta na cidade. Após uma temporada em busca de seu sonho nos EUA, ele estava de volta ao Brasil quando a pandemia surpreendeu o mundo. Com a propagação do vírus pelo país, ele foi impedido de voltar e dar sequência ao sonho.
“Eu continuei treinando, com minha cabeça focada no baseball, mas tive que trabalhar aí no Brasil. Fiz os serviços que tinha pela frente, fiz entrega de comida de moto e fui me virando enquanto não conseguia sair do país”, relata.
A tão esperada confirmação chegou recentemente. O jovem foi liberado para embarcar, mas teve que passar pelo procedimento obrigatório a quem chega no país, especialmente do Brasil.
A República Dominicana, uma das referências para os clubes norte-americanos na América Central, acabou servindo como “local da conexão”. Assim como Heitor, outros jovens latino-americanos, inclusive de Marília, passaram pelo mesmo procedimento.
“Há uma grande seriedade com a quarentena, com isolamento de verdade. Isso não é por causa de nenhum governo, mas das pessoas mesmo. No meu caso, o clube determinou que teria que ser assim. Em um quarto que comportaria quatro pessoas, eles hospedam um só. Tem poucos atletas treinando, fiquei muito feliz por ter conseguido, agradecido”, comemora.
Heitor conta que a mãe, professora, já está vacinada. O irmão é profissional de saúde e também foi imunizado. O pai ainda aguarda pelo imunizante. Assim para ele, fica cada vez mais claro que a “volta à normalidade” depende da vacina.
“Por aqui já estamos vendo algumas pessoas sem máscara, já mais à vontade. Uma rede de supermercados já marcou data para permitir que as pessoas entrem sem máscaras. Muita gente usa por opção, mas você já percebe que houve uma melhora grande”, afirma o atleta mariliense, que já aproveita o final de primavera na Flórida, com temperaturas de até 31°, nesta semana.