Féfin se isola e não busca diálogo para evitar CP na Câmara
O vereador Junior Féfin (PSL), alvo de pedido de Comissão Processante (CP), acusado de injúria e intimidação no Pronto Atendimento (PA) da zona Sul, continua investindo tempo para se comunicar com seus seguidores nas redes sociais.
No entanto, conforme apurou o Marília Notícia nos bastidores da política, o diálogo com os seus pares, que votam na próxima segunda-feira (12) a representação protocolada por 32 servidores da Saúde, não segue no mesmo ritmo.
Pelo contrário, sob a batuta do presidente do partido, o policial militar da reserva Marcos Farto, foi reforçado o ataque generalizado à atividade política.
Os ataques agradam os seguidores, mas podem atrapalhar a própria defesa.
Banners em redes sociais reforçam a figura de Féfin “contra a corrupção”, sem indicar, porém, quem são os corruptos e quais são, exatamente, os atos de corrupção aos quais o vereador se refere.
A postura tem incomodado outros parlamentares, que veem o policial “jogando para a torcida” e criminalizando, de forma indistinta e sem denúncias objetivas, toda atividade política, exceto a dele.
“Ele tem o hábito de achar que só ele fiscaliza. Todos nós fiscalizamos. Vejo uma falta de preparo do vereador, que não conseguiu distinguir a abordagem policialesca de uma adequada aos servidores”, dispara um paramentar.
“Nem cumprimenta os vereadores”, diz outro membro da Câmara, ao ser questionado pelo site se foi ou não procurado pelo agente, para dialogar sobre o episódio no Pronto Atendimento.
“Eu falo com ele sempre que tenho oportunidade. Mas ele é reservado demais. Não fui procurado por ninguém para tratar do assunto ou para saber como eu votaria na CP”, comenta outro vereador. “Rede social infelizmente virou terra de ninguém”, completa, incomodado com generalização do colega.
INCERTEZAS
A representação feita pelos servidores do PA Sul à Câmara já teve parecer favorável da Procuradoria Jurídica da Casa. A leitura em plenário e votação dos pares, já na próxima sessão, depende do presidente Marcos Rezende (PSD), que tem travado diversos embates com Féfin.
O documento não tem a obrigação de seguir formato de peça judicial, conforme pontuou o próprio setor jurídico. Neste e em outros casos, o entendimento tem sido o mesmo; sem exigência de rigor técnico.
Porém, um dos vereadores ouvidos pelo MN apontou que o caso é todo atípico. “Não gostei da inicial. Acho que foi mal formulada”, disse.
Fontes ligadas ao parlamentar indicam que poderá haver decisão judicial, antes da sessão, para evitar que a “fritura política” se confirme com a abertura da CP.
Procurado pelo site, Féfin afirma que “a mentira não vencerá a verdade”.
PARTIDO
Em uma nota distribuída à imprensa, o PSL de Marília afirma que “percebe-se muito mais uma postura pessoal entre o presidente da Câmara para com o vereador Agente Federal Júnior Féfin, do que de ordem política”.
A nota diz ainda que a legenda “espera que os demais vereadores ouçam o clamor das urnas e continuem a desenvolver um excelente trabalho em favor da fragilidade da população, sem se envolverem em manipulações e picuinhas”.
O MN questionou o presidente do partido, Marcos Farto, sobre a campanha contra as sanções ao vereador, com reforço na mensagem anticorrupção.
“Há todo um cenário em jogo, as interpretações podem ser diversas. Mas enquanto o presidente da Câmara, com o aval do Executivo, se empenham em focar em assuntos pessoais, em vez de prestarem contas dos milhões, também não podem ser esquecidos”, disse.
Farto foi questionado a ser mais claro sobre a suposta corrupção no governo, mas não citou fatos. “A corrupção está impregnada em muitas coisas. Quando temos um representante, queremos que ele lute contra esse mal que afeta a todos. Não há direcionamento… Fulano é corrupto, o governo é corrupto… a palavra corrupção pode divagar de muitas formas”, concluiu o presidente do PSL.