Colégios particulares voltam a receber alunos com ensino híbrido
Uma semana na escola, outra em casa. Salas com cinco, seis, e até dez alunos, de acordo com o espaço físico. Máscaras, sempre. Cantinas fechadas e álcool em gel para todo lado. A realidade se impõe nas escolas privadas da cidade. A grande maioria retomou as aulas nesta semana.
Apenas 20% da capacidade das salas pode ser usada e o mesmo percentual de alunos pode frequentar os estabelecimentos de forma simultânea. Os pais devem escolher entre o ensino híbrido ou totalmente remoto.
Com essas regras, o número de alunos nas salas de aula de Marília varia de acordo com o tamanho dos espaços e a adesão dos pais em cada escola. O número de aulas presenciais, em um mês, também depende de vários fatores.
As escolas optaram por escala com semanas alternadas. Algumas oferecem uma semana de aula presencial no mês. Outras, de acordo com a estrutura, têm condições de ofertar duas ou mais semanas de aulas presenciais a cada grupo reduzido no mesmo mês.
Na escola onde Bianca Napi Banzato é coordenadora pedagógica, as aulas presenciais tiveram adesão de pouco mais de 50% dos pais. Ela conta que o reinício exigiu muitas reuniões e capacitações.
“É um desafio, tanto para a escola quanto para os pais. As dúvidas são muitas, mas com muito diálogo e compreensão, estamos avançando. Hoje já percebemos uma excelente avaliação desse reinício. Nos adaptamos para o remoto e agora estamos nos readaptando para essa nova realidade de ensino híbrido”, disse Bianca.
Cada aluno leva sua própria garrafa com água. O distanciamento é regra de ouro e os professores usam protetor facial, além das máscaras. Quem está em casa se conecta pelo computador e assiste a mesma aula, tem contato com os amigos e professores.
A escola teve que investir, o que também favoreceu todo o processo de aprendizagem. Pais nem precisam ir ao local para saber como tudo está funcionando. A tecnologia que garantiu aulas até aqui, também garante informação.
“Postamos nas redes da escola e nos grupos de mensagens as fotos do nosso dia a dia. Com isso, os pais têm ficado muito tranquilos”, disse Bianca.
No colégio dirigido por Eledir Leonardo, a entrega de material foi em drive-thru. Desde a semana passada, a instituição está trabalhando com aulas remotas. Foi feita pesquisa com os pais para identificar adesão ao ensino presencial.
“Também aplicamos avaliações diagnósticas com todas as turmas. Informamos e estamos conscientizando nossos alunos de como devem se comportar nas aulas híbridas. Este trabalho é de fundamental importância para o sucesso da escola no retorno às aulas presenciais”, disse.
A escola, conta Eledir, está preparada para as aulas híbridas, mas fará a implantação de forma gradativa a partir do 6º ano até a 3ª série do Ensino Médio.
“Estamos respeitando rigorosamente os protocolos estabelecidos, sempre colocando em primeiro lugar a integridade física e a saúde emocional dos nossos alunos, professores e funcionários”, declarou.
A diretora Marta Sueli da Silva, responsável por uma instituição que atende do 1º ano das séries iniciais até o 3º ano do Ensino Médio, relata que 80% dos pais, na sua clientela, aderiu à modalidade híbrida, que prevê parte das aulas na escola.
“Os protocolos têm que ser seguidos, porque estamos caminhando, passo a passo. Ninguém deseja retroceder. Então conversamos com eles (alunos), orientamos sobre a não aglomeração, o distanciamento, o álcool em gel. É um trabalho contínuo”, conta.
As mesmas aulas são transmitidas para quem está em casa. “São gravadas e ficam disponíveis para acesso do aluno, o que acabou sendo uma novidade muito boa”, disse.
Ela acredita que o processo tecnológico na educação foi impulsionado na pandemia, em um caminho sem volta.
“Acredito que teremos um legado muito importante desse período, com melhor utilização dos recursos tecnológicos. A educação, em geral, utilizava muito papel, lousa. Temos que usar os novos recursos materiais, lidar melhor com o digital”, disse.