Apoiadores de Trump invadem Congresso dos Estados Unidos
Manifestantes invadiram na tarde de ontem (6) o prédio do Congresso dos Estados Unidos, rompendo as barricadas de segurança, no momento em que os parlamentares norte-americanos debatiam a certificação da vitória de Joe Biden à Presidência do país. O Senado e a Câmara, que estavam avaliando objeções à vitória do democrata, interromperam o debate de forma abrupta e inesperada.
Mais cedo, o presidente Donald Trump fez um discurso de cerca de três horas para a multidão na praça do obelisco de Washington. Ao discursar, Trump voltou a dizer que venceu as eleições. “Você não cede quando há roubo envolvido”, disse ele. “Nosso país está farto e não vamos aguentar mais”, acrescentou.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que presidia a sessão conjunta responsável por receber e confirmar os votos dos delegados estaduais nas eleições norte-americanas, publicou nas redes sociais uma carta em que afirma que não há precedentes legais e constitucionais para que ele “aceite ou rejeite os votos unilateralmente.”
“Dada a controvérsia das eleições neste ano, alguns acreditam que, como vice-presidente, é meu papel contestar os votos. Outros acreditam que os votos eleitorais nunca devem ser contestados em uma sessão conjunta do Congresso. Após uma análise cuidadosa da nossa Constituição, nossas leis e nossa história. Acredito que nenhuma das visões está correta”, afirma o documento.
Pence afirmou que é papel dos representantes eleitos (deputados e senadores) revisar e decidir disputas que contestem o resultado eleitoral, e que “nunca na história um vice-presidente usou de tal autoridade [a validação ou invalidação de votos].”
O republicano afirmou ainda que ouvirá as objeções e argumentos de deputados e senadores com diferentes visões sobre o resultado eleitoral, mas que manterá o protocolo previsto pela Constituição norte-americana de abrir e certificar as cédulas eleitorais dos estados.
Pelo menos 4 pessoas morrem em invasão ao Capitólio
A morte da mulher em meio à invasão do Capitólio em Washington será investigada, esta que foi atingida pelo disparo de um membro da Guarda do Capitólio, afirmou Robert Contee, Chefe da polícia metropolitana da capital, em coletiva de imprensa na madrugada desta quinta-feira. Além da vítima, Contee afirmou que outras três pessoas morreram hoje nas imediações do Congresso, em razão de emergências médicas. Segundo boletim lido pelo policial, 14 oficiais ficaram feridos no conflito, um em estado grave. O chefe de polícia elogiou os esforços “na defesa pela democracia” dos Estados Unidos.
Contee afirmou que foram realizadas 52 prisões por desobedecer as restrições, quatro por carregar armas sem licença e uma por armamento proibido. Duas bombas foram encontradas, uma no diretório nacional do partido democrata e uma no do partido republicano. Segundo Contee, o trabalho da polícia foi o de isolar o perímetro após a retirada dos invasores, em um esforço conjunto entre polícias de Estados próximos e a guarda nacional, deslocados para a ocasião.
Secretária adjunta de imprensa da Casa Branca renuncia
A secretária adjunta de imprensa da Casa Branca, Sarah Matthews, renunciou citando, em comunicado, estar “profundamente perturbada” com o que viu ontem, em referência aos protestos violentos no Capitólio. Também renunciou ao cargo o secretário social da Casa Branca, Rickie Niceta. A decisão foi citada inicialmente pela ABC e confirmada por mais meios de imprensa. As duas saídas se somam à de Stephanie Grisham, chefe de gabinete de Melania Trump. Repórteres da Bloomberg e da CNN afirmam que um dos nomes que está considerando seguir o mesmo caminho é Robert O’Brien, assessor de Segurança Nacional.