Saúde vê risco de colapso e falta de vagas de UTI em Marília
Com 54 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na cidade, atingindo taxa de ocupação de 77,14% dos leitos existentes, a Secretaria de Saúde de Marília publicou na tarde desta segunda-feira (21) um alerta para o risco de colapso nos hospitais do município.
Além do grande número de leitos ocupados, a preocupação se justifica pela aceleração no número de novos casos da doença. Em apenas 15 dias, a cidade saltou de 6.061 casos (ao longo de nove meses de pandemia) para 7.010, crescimento de 15%.
Em apenas um mês, foram 1.716 novas infecções (+32%), elevando, principalmente, o número de pessoas com o vírus ativo. Há 30 dias eram 143 casos em transmissão; agora 184 moradores com confirmação da doença e com risco de contaminar outras pessoas.
“Estamos caminhando rapidamente para uma situação de ocupação total de nossa capacidade, caso a população não interrompa o comportamento atual”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto.
Ele acrescentou que o município está próximo de disponibilizar a vacina à população, o que depende de órgãos responsáveis. Disse que a Secretaria de Saúde de Marília já “antecipou seu planejamento e o cronograma da ação será executado quando o Governo do Estado de São Paulo enviar o quantitativo correspondente”.
O secretário alertou ainda que “colapsar a rede de saúde, neste momento, seria péssimo para todos, uma vez que pacientes seriam encaminhados para tratamento em outros municípios”.
Ocupação
O Hospital Beneficente Unimar (HBU) – primeira referência de Covid-19 para quem mora em Marília – é o que tem maior ocupação. São 24 pacientes internados (ocupação de 92,3%).
Nesta segunda-feira a Santa Casa de Marília tem 15 dos 18 leitos reservados em UTI ocupados (83,3%).
Já o Hospital das Clínicas, referência para a região e retaguarda para suportar a pressão da rede das microrregiões que compõem a região de saúde, utiliza 15 dos 26 leitos disponibilizados (57%).
Vale lembrar que aumentou, nos últimos sete dias, as transferências para o HC de pacientes vindos de municípios da região de Ourinhos e Assis, o que deixa em alerta as autoridades de saúde.
Diante do cenário, o secretário da Saúde de Marília reforçou as recomendações. “É preciso evitar aglomerações, usar corretamente a máscara (cobrindo nariz), ficar mais distante ao conversar e higienizar constantemente as mãos com água e sabão”, disse.
A saúde pede ainda que as pessoas adotem medidas de proteção e cuidados, ao receber parentes nas festas fim de ano. Se for possível, a recomendação é evitar vistas”, reforçou.