Justiça condena acusado de ajudar a matar dono de lotérica
A Justiça de Garça (37 quilômetros de Marília) condenou a 35 anos de prisão por latrocínio – roubo, seguido de morte – José Carlos Carrelas, de 51 anos. Ele é acusado de integrar a quadrilha que roubou e matou Flavio José Vieira, de 56 anos, dono de uma casa lotérica na cidade.
A sentença foi assinada pela juíza Renata Lima Ribeiro Raia no dia 2 deste mês e publicada no Diário Oficial. Carrelas, que nega o crime, apresentou recurso nesta segunda-feira (14) ao Tribunal de Justiça de São Paulo, para tentar reverter a condenação ou reduzir a pena.
Em maio a Justiça condenou, também em primeira instância, Wilson Novaes Guerra, de 37 anos, identificado com o responsável pelo disparo contra Flávio. Ele pegou 35 anos, 10 meses e 15 dias de prisão.
Também foi condenado Filipe Vieira da Silva, de 25 anos, apontado como piloto da moto usada na fuga dos criminosos. A Justiça o sentenciou a cumprir 28 anos e seis meses na cadeia.
Carrelas estava foragido e foi preso apenas em fevereiro desse ano, por isso o processo dele tramitou em separado. O homem é acusado de fazer parte uma violenta quadrilha de roubos de malotes, com outras ações no Estado de São Paulo.
A juíza acolheu a denúncia do Ministério Público que, com base nas investigações da Polícia Civil, identificou a participação de Carrelas na fuga do bando, utilizando um carro que estava registrado no nome de uma parente do atirador.
O crime
Flávio Vieira, sócio de uma lotérica, faria o depósito do movimento de fim de semana em uma agência bancária no Centro de Garça quando foi abordado por um bandido armado.
O empresário reagiu e entrou em luta corporal com o bandido, que conseguiu se desvencilhar e disparou algumas vezes contra Flávio, no meio da rua. Foram roubados R$ 78 mil que estavam no malote.
O empresário chegou a ser socorrido pelos bombeiros e encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Garça, mas perdeu muito sangue, sofreu paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.
Mais tarde, com a ajuda de câmera de segurança, o ladrão seria identificado como Wilson Novaes. Ele foi flagrado por câmeras de segurança de um trailer de lanches, próximo ao Lago Artificial.
Durante as investigações foram colhidas diversas provas, como contatos telefônicos em Garça, no dia do crime, entre Carrelas, Filipe e Wilson.
A polícia identificou também o veículo usado no crime, uma moto CB 300, com numeração de motor e chassi adulterada, usada por Filipe para a fuga. O carro dirigido por Carrelas foi encontrado em Itanhaém, na casa do criminoso, que conseguiu fugir.
Carrelas só seria preso um ano depois, na região de Itapeva. Segundo a polícia, ele preparava uma ação criminosa naquela região.