Polícia identifica acusados de fraude em vestibulares de medicina
A Polícia Civil em Assis (distante 75 quilômetros de Marília) deflagrou nesta quarta-feira (2) a segunda fase da ‘Operação Asclépio’, que investiga um esquema de fraude em vestibulares para curso de medicina.
A primeira fase da operação ocorreu em abril de 2019 e a polícia realizou novas investigações identificando os ‘pilotos’, ou seja, aqueles que efetivamente realizaram as provas do vestibular de medicina da Fundação Educacional do Município de Assis (Fema).
São cumpridos 22 mandados de busca e 12 de prisão temporária em cidades dos estados de São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Minas Gerais.
A investigação teve início com a denúncia da própria Fema, que foi informada pela Vunesp, empresa responsável pelo vestibular para ingresso no curso de medicina, que as impressões digitais de cinco candidatos inscritos no vestibular apresentavam inconsistências.
Foi apurado que a fraude no vestibular consistiu na realização da prova por terceiras pessoas, que se identificaram como sendo os verdadeiros candidatos, denominados como ‘pilotos’, os quais assinaram as listas de presença, as folhas de respostas, assim como tiveram coletadas suas impressões digitais e captadas suas imagens durante a realização da prova do vestibular.
Com o auxilio do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, da cidade de São Paulo, foram realizadas perícias técnicas nos documentos apresentados e num primeiro momento ninguém foi identificado, sendo possível confirmar apenas que os verdadeiros candidatos não realizaram as provas.
Somente com diligências nos Institutos de Identificações dos outros Estados e do Instituto de Identificação Nacional foram identificados cinco ‘pilotos’ que realizaram as provas no lugar dos candidatos.
Os cinco investigados possuem formação em curso superior de medicina, exercendo suas funções em postos de saúde nas imediações de suas residências.
Foi apurado ainda que eles fazem parte de uma organização criminosa especializada em fraudar vestibular de ingresso ao concorrido curso de medicina.
O ‘mentor’ da organização atuava como elo entre os ‘captadores’ dos alunos interessados nas vagas e os ‘pilotos’. Um dos captadores foi preso na primeira fase da operação. O integrante responsável pela falsificação dos documentos também foi identificado.
A polícia apurou ainda indícios de a organização criminosa ter atuado também nos vestibulares dos cursos de medicina de outras faculdades do país.
Constatou-se as participações de outros quatro ‘pilotos’. A organização contava com a atuação total de nove pessoas, que fizeram provas de vestibulares para o curso de medicina se passando pelos candidatos.
O ‘captador’ recebia do candidato ou seu familiar, o valor de R$ 80 mil, com esse valor ele pagava ao ‘intermediário’, R$ 30 mil e este repassava R$ 25 mil ao piloto. Os R$ 5 mil, seria a comissão do intermediário.
Confira abaixo vídeos da operação em SP onde um dos ‘pilotos’ foi localizado: